Autoridades ocidentais alertaram nesta quarta-feira que ainda há um duro caminho pela frente para definir a base de um acordo final entre o Irã e seis potências mundiais sobre o programa nuclear de Teerã. Contudo, eles se mostraram esperançosos sobre firmar um pacto.
O prazo para completar a base de um acordo nuclear definitivo era terça-feira, mas os EUA e diplomatas iranianos disseram que houve progresso suficiente para continuar trabalhando. É a terceira vez em menos de um ano que os dois lados tiveram de estender o prazo.
Um entendimento político deve pavimentar o caminho para um acordo nuclear final até 30 de junho.
O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, disse à BBC que o Irã e as seis potências fizeram “progressos significativos” nos últimos dias, mas que ainda há “algumas questões fundamentais que têm de ser trabalhadas”.
“Dedos cruzados e vamos torcer para chegar lá durante o decorrer do dia”, disse ele.
Um oficial alemão afirmou que as discussões continuaram até tarde da noite e que um acordo ainda era possível. No entanto, em um sinal de que um pacto não era iminente, o chanceler francês, Laurent Fabius, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, deixaram as negociações na quarta-feira de manhã. O ministro de Relações Exteriores da China partiu na terça-feira.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, junto com o britânico Hammond e o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier reuniram-se novamente na quarta-feira de manhã com a equipe de negociação iraniana, liderada pelo ministro de Relações Exteriores, Javad Zarif.
Zarif disse, mais cedo, que espera que o trabalho possa ser concluído em um entendimento político hoje. “Espero que possamos finalizar o trabalho na quarta-feira e esperamos iniciar o processo de elaboração,” disse.
Os dois grandes pontos de atrito eram o calendário para suspender as sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra o Irã e a questão de quais trabalhos nucleares Teerã receberia autorização para fazer nos últimos anos de um acordo.
O não cumprimento dos prazos foi criticado por parlamentares norte-americanos, que têm alertado que podem defender novas sanções contra o Irã, se uma base do acordo não for atingido na data estipulada.
Muitos legisladores – republicanos e democratas – acreditam que os termos do acordo não vão longe o suficiente para evitar que o Irã desenvolva armas nucleares. Republicanos do Senado estão tentando avançar com uma legislação que daria ao Congresso o poder de aprovar, alterar ou encerrar qualquer acordo anunciado pela administração de Barack Obama. Fonte: Dow Jones Newswires.