Estadão

Autoridades russas na Ucrânia pedem que civis deixem cidade anexada por Putin

Em um post no serviço de mensagens Telegram, a administração regional pró-Kremlin incentivou civis a usarem travessias de barco para o interior do território controlado pela Rússia. As autoridades russas citaram uma ameaça de bombardeios e supostos planos de "ataques terroristas" de Kiev.

Kherson está nas mãos da Rússia desde os primeiros dias da guerra de quase 8 meses na Ucrânia. A cidade é a capital de uma região de mesmo nome, uma das quatro que o presidente russo, Vladimir Putin, anexou ilegalmente no mês passado e decretou lei marcial na quinta-feira, 20.

Na sexta-feira, 21, forças ucranianas bombardearam posições russas em toda a província, visando rotas de reabastecimento das forças pró-Kremlin no Rio Dnieper. O movimento seria a preparação de um esforço final para recuperar a cidade. A Ucrânia retomou algumas aldeias no norte da região desde o lançamento de sua contraofensiva no final de agosto.

Autoridades russas instaladas na cidade tentavam desesperadamente transformar Kherson – um objetivo primordial para ambos os lados por causa de suas principais indústrias e portos – em uma fortaleza ao mesmo tempo em que tiveram de realocar milhares de moradores.

O Kremlin enviou cerca de 2 mil recrutas para a região para repor as perdas e fortalecer as unidades da linha de frente, de acordo com o estado-maior do exército ucraniano.

O Rio Dnieper se tornou fator importante nos combates e trouxe dificuldades para a Rússia abastecer as tropas que defendem Kherson depois que implacáveis ataques ucranianos tornaram as principais passagens inutilizáveis.

Assumir o controle de Kherson permitiu à Rússia retomar o abastecimento de água doce do Dnieper à Crimeia, que foi cortado pela Ucrânia após a anexação da península do Mar Negro por Moscou.

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