Ernesto Zanon – Do Carro Express / Edição de Imagens – Danilo Sanches
No mínimo, divertido. Uma semana avaliando o Caoa Chery iCar, o subcompacto elétrico mais barato do Brasil (hoje sai por R$ 119,9 mil), que do dia para a noite teve uma redução de R$ 30 mil no seu preço de venda, causa diferentes sensações. Uma delas é a capacidade de transitar de forma leve e ágil em meio ao trânsito urbano. Ou seja, ele cumpre o principal objetivo.
Trata-se de um carro pequeno, com motorização elétrica bastante simples, que gera só 61 cavalos de potência e pode rodar mais de 250 quilômetros sem recarregar as baterias Oficialmente, são 197 km de autonomia, mas durante a avaliação deu para perceber que dá para rodar mais, já que ele consegue regeneração nas desacelerações ou freadas.
O iCar se caracteriza como um autêntico carro urbano. São apenas 3,20 metros de comprimento, 1,67 m de largura, 1,59 m de altura e 2,15 m de distância entre-eixos. Teoricamente, pode levar até quatro pessoas. Mas quem vai no banco de trás, precisa se espremer um tanto. O acesso se dá apenas pelo lado direito por meio de um dispositivo elétrico no banco do passageiro, que vai para frente e reclina para possibilitar a passagem para trás. Se optar por ir em quatro, zero de porta-malas, que tem apenas 100 litros de capacidade.
Mas nem tudo está perdido. Se forem apenas dois passageiros, o banco de trás desaparece e dá lugar para um porta-malas respeitável para um subcompacto, já que aumenta a capacidade para 380 litros. Nada mal. Para completar, passa a sensação de quase um carro de “brinquedo”, que pesa 995 quilos, é quase todo de plástico, a partir de uma estrutura feita em alumínio. Segue a diversão a bordo.
O iCar também se destaca por muita tecnologia embarcada. Há teto panorâmico em vidro, carregador de celular por indução e bancos do motorista e passageiro com ajustes elétricos. Há recursos interessantes usados em veículos de nível superior, como alerta de obstáculos e câmera de ré, além de faróis com acendimento automático, retrovisores, travas e vidros elétricos.
Apesar de pequena, tem diversos nichos para levar objetos menores, que cobrem a ausência de um porta-luvas. O teto é de vidro, o que ajuda a passar a sensação de maior espaço interno. O acabamento da cabine inclui revestimentos com texturas variadas e couro sintético nos bancos, que têm espuma bem macia.
Mas como é rodar com um subcompacto elétrico pela cidade, seu habitat natural? Como não poderia deixar de ser, ele é bem durinho e pode até causar algum desconforto, principalmente em relação às imperfeições dos pisos de nossa cidade. Para aliviar um pouco, conta com rodas de liga leve e pneus 165/65 R15. Ou seja, não são tão pequenas.
Na pegada, há dois modos de condução, o Eco e o Sport. No primeiro, o marcador demonstra autonomia maior. Mas numa estrada, você pisa fundo e chega a um limite entre 85 e 90 km/h, passando a sensação de que não vai além. Mas basta apertar o botão Sport que, imediatamente, segue adiante como se ganhasse uma força extra. Aí vai rapidinho além dos 100 km/h, numa performance digna de um elétrico.
Porém, imediatamente a autonomia cai entre 30 e 40 quilômetros, já que está exigindo mais do motor. O mesmo ocorre quando se aciona o ar-condicionado, já que o motor pequeno sente a utilização desses equipamentos. Ou seja, para garantir uma distância maior sem precisar parar para recarregar, é necessário usar o pé em cima no modo Eco e usar menos (ou não usar) o ar-condicionado.
Porém, se precisar recarregar, basta encontrar carregadores rápidos de 50 kW. Em cerca de 40 minutos é possível recarregar as baterias, de 30,8 kWh. Em sistemas convencionais, como os de casas e escritórios, a recarga completa é feita em cerca de cinco horas. Tem também um carregador portátil com três pinos para tomadas convencionais de 220 volts.