GWM Haval H6 GT, SUV médio, híbrido, com apelo esportivo e que é o top de linha da família no Brasil. Mais caro entre todas as opções de Haval disponíveis aqui e, obviamente, tem todos os equipamentos de outras versões, tem motor 1.5 turbo a gasolina e mais dois elétricos, que justificam a esportividade, que aparece na carroceria, com jeito de coupé e que tira aquele aspecto de grandalhão.
Muito tem se falado de carros híbridos e elétricos, vantagens e desvantagens. Os híbridos são muito mais econômicos na cidade, onde é possível usar com mais frequência os motores elétricos. No caso de H6 GT, a autonomia chega a 170 quilômetros sem gastar um litro de gasolina. Ou seja, se tiver um carregador em casa ou no trabalho, é possível ficar muito tempo sem passar em um posto de gasolina. Já na estrada, a história é outra.
Rodamos mais de 1.300 quilômetros nesta avaliação em estrada com quatro adultos a bordo e mais bagagem. A média ficou entre 9 e 11 km/l de gasolina. Nada mal em se tratando de um carro de alta performance, que garante uma viagem mais do que tranquila em velocidades sempre próximas do limite e que dão segurança quando são necessárias acelerações rápidas em ultrapassagem em estradas de pista dupla. É pisar com a certeza de que não passará qualquer perrengue.
Afinal, o GT tem um motor 1.5 turbo a gasolina, de 167 cavalos, e dois propulsores elétricos, um em cada eixo, entregando potência combinada de 393 cavalos. Ele fala alto quando é necessária mais potência. Vai de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos. É muita coisa.
Depois de um tempo com o carro e entendendo melhor seu funcionamento, você consegue ajustar no painel o uso dos motores elétricos e a gasolina, dosando quanto você quer manter de bateria, já que o motor a combustão vai recarregando os elétricos ao longo da viagem. Desta forma, dá para melhorar a autonomia, usando cada motor a seu tempo. Mas tenha em mente que o híbrido, como já falei, vai muito melhor na cidade em termos de economia.
Chama a atenção também o alto nível de conforto e tecnologia, o que é comum nestes chineses que não ficam devendo em nada para concorrentes europeus de luxo. Cinco a bordo vão muito bem acomodados. O porta-malas carrega até 515 litros de bagagem. Para abrir ou fechar, basta um chute no ar abaixo do para-choques. Pode tentar. Você não vai passar vergonha.
Há muita coisa de auxílio à condução embarcada. Vem com head-up display; piloto automático adaptativo (ACC) com função Stop & Go; frenagem automática de emergência com identificação de pedestres, bicicletas e motos; frenagem automática de emergência em cruzamentos; alerta e frenagem automática de tráfego cruzado traseiro e alerta de ponto-cego.
Esta versão GT conta também com uma câmera de reconhecimento biométrico, que monitora a atenção do motorista, que ainda reconhece quem está conduzindo para recuperar as preferências previamente salvas. O pacote completo vem também com assistente de permanência e centralização de faixa; desvio inteligente (Smart Dodge) e smart cornering; alerta de colisão traseira; alerta de perigo de abertura de portas; auto reversing assistance; reconhecimento de placas de trânsito e parking Assist para vagas paralelas e em 90°.
É muita coisa legal. O Haval GT se torna quase um autônomo, graças a sensores dianteiros e traseiros, além de câmeras. Tudo pode ser controlado por meio desta tela de 12,3″ com resolução Full-HD, que conta com fácil espelhamento tanto paraAndroid Auto como para o Apple CarPlay. Tudo sem fio. Um toque aqui no volante ativa os comandos de voz para algumas funções. Dá para pedir para abrir o teto solar, controlar a temperatura do ar-condicionado e volume do som. É bastante coisa mesmo.
O acabamento interno não deixa a desejar. Tem material imitando fibra de carbono no console central. O teto e as colunas são escurecidos, enquanto painel, portas e bancos recebem um material similar a microfibra. Comparável a marcas de muito luxo e que cobram muito mais. Falando nisso, esse modelo GT sai por R$ 315 mil. Apesar de custar mais que seus irmãos não esportivos, está vendendo muito bem. Parei em um shopping para um carregamento rápido. Não demorou, dois outros modelos idênticos pararam um em cada lado.
Para fechar, vamos repetir algo que cada dia é mais latente. Quer um bom carro para usar na cidade e na estrada. O híbrido plug-in é o melhor caminho. Mas não espere milagres. Quando utilizar em rodovias o consumo de gasolina pode até assustar um pouco. Porém, no trânsito urbano, tendo acesso fácil a um carregador, passará longe do posto por longos períodos. Pode ter certeza.