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Avanço da covid-19 na China amedronta e pesa na B3 antes de agenda ganhar tração

Cautela com a agenda pesada da semana, avanço da covid-19 na China e detecção de nova variante em partes do globo deixam o investidor da B3 na defensiva, empurrando o principal índice da Bolsas brasileira para o negativo. As bolsas internacionais e as commodities caem, enquanto o dólar se fortalece neste ambiente de aversão a risco.

O temor de especialistas é de que o Ibovespa abandone a importante marca psicológica dos 100 mil pontos no encerramento do dia, reconquistada na quinta-feira passada, após seis pregões aquém deste nível. "Não deveria perder os 100 mil pontos, sob pena de maior precipitação", afirma em comentário matinal o economista Álvaro Bandeira.

"O fato de a Bolsa ter subido na semana passada alta semanal de 1,35% também pesa e tem potencial para realização. Pelo sim, pelo não, realiza. Porém, o quadro é de volatilidade", completa Bandeira em entrevista ao <i>Estadão/Broadcast</i>.

Contudo, o índice já cedia para 98.665,41 pontos, com recuo de 1,62%, às 11h11 desta segunda-feira, dia 11. Se seguir nessa dinâmica e perder a marca de 98.700 pontos no fechamento do pregão, reforça preocupação. "Pode buscar o nível dos 93 mil pontos", avalia Bandeira.

Apesar do "fator China", Pedro Galdi, da Mirae Asset, afirma que as preocupações são as mesmas. "Temor de juro alto nos Estados Unidos, medo de recessão. É um mau humor generalizado ainda mais por conta de novos casos de covid na China e nova cepa, em uma semana complicada, com indicadores importantes", avalia.

Após na sexta-feira o payroll sugerir que uma recessão não tende a acontecer de imediato nos Estados Unidos e caso ocorra poderá ser menos intensa do que as expectativas, o mercado espera novos sinais da situação econômica do pais. Inflação ao consumidor norte-americano, índices de atividade, Livro Bege, além da temporada de balanços, que começa esta semana, devem ajudar investidores a balizar estimativas para o juro básico dos EUA.

A aversão a risco predomina, em meio a notícias de novos fechamentos em regiões da China, além da detecção de uma nova subvariante de covid-19 em Xangai. Chamada BA.2.75, a variante ganha terreno na Índia e aparece em vários outros países, incluindo os Estados Unidos. Neste sentido, pode ficar em segundo plano na B3 a indicação de novas medidas de estímulos na China.

"Novos fechamento na China acabam afetando o mundo todo atividade", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

O minério para setembro em Dalian teve queda de 3,26%, a 741,00 yuans, o equivalente a US$ 110,50 por tonelada, enquanto o petróleo caia perto de 2%. As quedas pesam nas ações ligadas a commodities, bem como no índice Bovespa. Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 0,44%, aos 100.288,94 pontos, mas conseguiu encerrar a semana em alta de 1,35%. Vale ON caía 2,88%, enquanto Petrobras cedia em torno de 1% perto de 11h20.

"Inflação alta e desaceleração global além da nova onda de covid pesam. Expectativa com a agenda externa pesa e promete volatilidade nos mercados", acrescenta Bandeira.

Além do quadro externo cauteloso, o investidor local monitora a onda de violência antes das eleições em outubro. Ao mesmo tempo, aguarda a aprovação da votação da PEC dos Benefícios, nesta terça-feira, 12, na Câmara.

A despeito da Focus mostrar estimativa de deflação no IPCA em julho e de uma taxa menor no fim do ano, de 7,67% (ante previsão anterior de 7,96%) – porém acima do teto da meta -, o mercado vê aceleração inflacionária à frente. A mediana das projeções é que o IPCA suba a 5,0% no fim de 2023 e vá a 3,30% no final de 2024.

Às 11h17 desta segunda-feira, o Ibovespa caía 1,76%, aos 98.523,62 pontos, ante mínima diária aos 98.432,31 pontos (-1,85%) e após abertura aos 100.282,06 pontos (-0,01%). O dólar subia 1,55%, a R$ 5,35.

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