O trânsito ficou engarrafada em alguns pontos da Avenida Brasil, uma das principais vias de acesso ao Rio, neste domingo, 30, dia de votação do segundo turno das eleições gerais. Nas redes sociais, houve relatos de que uma blitz organizada pela Polícia Militar (PM) estaria provocando os engarrafamentos, mas a corporação negou a realização de uma operação fixa. O Centro de Operações (COR) da Prefeitura carioca vem relatando engarrafamentos e incidentes ao longo da Avenida Brasil desde o início da manhã.
Às 9h26, foi registrada a ocorrência de um incêndio em imóveis do Ceasa, centro de distribuição de alimentos localizada em Irajá, na zona norte, às margens da Avenida Brasil. Entre a lista de incidentes registrados pelo COR, constam também um ônibus que pegou fogo, em Realengo, na zona oeste do Rio, e um veículo enguiçado no Caju, na zona portuária da cidade.
A Avenida Brasil tem em torno de 60 quilômetros, partindo da zona portuária, no centro do Rio, cortando parte da zona norte e terminando na zona oeste, já na divisa da capital fluminense com Itaguaí, onde desemboca na Rodovia Rio-Santos, trecho da BR-101. Pouco após as 13 horas, esse trajeto de 60 quilômetros era feito em cerca de 1h40 de carro, segundo consulta ao site do Google.
"Em Realengo, incêndio em ônibus uma faixa da pista (sic), na altura do Posto Vagão, sentido Santa Cruz. ATENÇÃO! Via interditada. Bombeiros e CET-Rio em deslocamento. Trânsito com retenção em ambos os sentidos", diz uma postagem do COR da Prefeitura do Rio, publicada às 12h54.
Às 10h39, o COR informou sobre um carro enguiçado. "Atenção, você que está indo para o Centro! Há um veículo enguiçado na pista central, na altura do Caju, ocupando uma faixa da via. Há lentidão no trecho. A CET-Rio já foi acionada", diz a postagem.
Às 9h40, um "giro de trânsito" do COR informava sobre retenções ao longo da Avenida Brasil, sem citar motivos específicos para as retenções. "Sentido Centro com lentidão e pontos de retenções entre Bangu e Guadalupe (na zona oeste). Sentido Zona Oeste com trânsito lento na altura de Irajá (na zona norte). Dirija com cautela, motorista!", diz essa postagem.
Em diversas postagens no Twitter, internautas creditaram as retenções na Avenida Brasil à ação da PM, inclusive relacionando a eventual realização de operações com uma intenção deliberada de prejudicar a votação neste segundo turno.
Procurada, a PM do Rio informou que "os procedimentos de abordagem veicular fazem parte da estratégia de policiamento ostensivo". Questionada se realizou uma blitz fixa e específica em algum ponto na Avenida Brasil neste domingo, 30, a assessoria de imprensa da corporação informou que as operações do tipo "são dinâmicas, ocorrem sistematicamente nas vias do cenário urbano". "As equipes montam, desmontam e remontam as ações de acordo com uma estratégia de policiamento prévia e as análises das manchas criminais das regiões", diz uma nota enviada pela PM do Rio ao Estadão.
Normalmente, segundo a PM, nas operações desse tipo, "as equipes verificam documentações e revistam os automóveis, com o intuito de impedir a possível circulação de armas de fogo utilizadas para o cometimento de crimes no cenário urbano da cidade". Neste domingo de segundo turno das eleições, a PM informou que, até pouco depois das 13 horas, não haviam sido registradas prisões ou apreensões em operações em curso na região da Avenida Brasil.