Estadão

Aversão ao risco dá o tom e Ibovespa cai e volta ao nível dos 109 mil pontos

O Índice Bovespa iniciou o pregão desta segunda-feira em baixa firme, de volta ao patamar dos 109 mil pontos, o que não se via desde 16 de março. A queda é puxada principalmente pelas ações ligadas a commodities, em sintonia com a aversão ao risco no mercado internacional. Os riscos econômicos associados ao aumento de caso de covid-19 na China incentivam o investidor a buscar ativos de proteção, o que leva à apreciação do dólar em todo o mundo e queda das bolsas.

As commodities são os ativos mais afetados pela nova onda de covid-19 na China, devido ao temor de desaceleração econômica no país asiático.

O minério de ferro fechou em queda de quase 10% em Cingapura e os preços do barril petróleo despencam mais de 5% nos futuros de Nova York e Londres. A bolsa de Xangai fechou com perda de 5,1%, porcentual que não se via desde 2020. O sinal é de baixa nas bolsas da Europa e os índices acionários em Nova York confirmaram a tendência de queda na abertura.

A China divulgou hoje diretrizes para explorar mais o potencial de consumo doméstico, com medidas detalhadas de como lidar com gargalos de oferta no curto prazo e impulsionar a vitalidade do consumo no longo prazo, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. O país planeja construir uma série de armazéns nos arredores de cidades grandes e de tamanho médio para garantir o fornecimento de produtos de necessidade diária em casos de emergência.

Às 10h30, o Ibovespa tinha 109.829,49 pontos, em queda de 1,12%. Perobras ON e PN perdiam 1,92% e 2,52%, nesta ordem, enquanto Vale ON recuava 2,26%. A queda é praticamente generalizada na B3. No câmbio, o dólar à vista era negociado a R$ 4,8581, em alta de 1,10%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em maio subia 1,21%, aos R$ 4,8680. Na renda fixa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 12,12%, contra 12,14% do ajuste de sexta-feira.

No noticiário da última hora, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, disseram hoje, após uma visita envolta em segredo a Kiev, que os EUA fornecerão mais de US$ 300 milhões em financiamento militar à Ucrânia. "Tivemos a oportunidade de demonstrar diretamente nosso forte apoio contínuo ao povo ucraniano", disse Blinken. Austin e Blinken anunciaram um total de US$ 713 milhões para a Ucrânia e 15 países aliados e parceiros, sendo que US$ 322 milhões está destinado a Kiev.

Entre os indicadores econômicos, destaque para o índice de atividade nacional dos Estados Unidos, elaborado pelo Federal Reserve de Chicago, que caiu de +0,54 em fevereiro (dado revisado) a +0,44 em março, segundo pesquisa divulgada hoje pela instituição. O resultado de janeiro também foi revisado, de +0,59 a +0,75. Já a média móvel trimestral do índice registrou alta de +0,43 para +0,57 entre fevereiro e março, informou o Fed de Chicago.

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