A visita do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, revelada pelo <b>Estadão</b> nesta quinta-feira, 6, foi alvo de debate na retomada dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira, 6. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), no entanto, descartou tomar qualquer atitude sobre o evento e disse não ver crime na atitude de Pazuello, escalado como testemunha do colegiado.
Pazuello deveria ser sabatinado pelo colegiado nesta semana, mas alegou estar em isolamento após ter tido contato com servidores que contraíram a covid-19. Questionado pelo senador Jean Paul Prates (PT) sobre o que a comissão iria fazer à respeito da visita, Aziz disse que a primeira coisa "é torcer para Pazuello não estar com covid e não contaminar o Onyx".
Aziz afastou a possibilidade de Pazuello estar cometendo crime porque foi Onyx que foi até ele e não o contrário, segundo o senador. "Foi o Onyx que foi fazer visita e isso é uma questão pessoal deles. No mais, não podemos fazer nada." disse. "Quero saber qual é o crime que Pazuello cometeu? Receber visita de uma pessoa?", questionou.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB), afirmou que Pazuello "continua equivocado ao extremo". "Estamos tratando ele como testemunha, então, a sutileza da vinda dele como testemunha é algo muito mais digno, se ele estiver querendo vir na condição de acusado, ai, é uma outra questão. Não estamos pretendo acusar ele de nada", disse Renan.
O relator disse também que a CPI não cogita fazer uma busca e apreensão. "Isso seria uma requisição em caso gravíssimo. Eu confio no bom senso dele (Pazuello), mas ele precisa colaborar", disse.
A CPI ainda ouve o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Na volta dos trabalhos, na noite de hoje, Queiroga disse que a formação de profissionais de saúde é prioridade. "Estamos atentos, com Educação vamos ofertar bolsas para medicina intensiva", disse ao responder sobre o tema.