Membro do conselho de administração da Petrobras como um dos representantes dos acionistas minoritários, José Monforte alegou falta de tempo hábil e acesso a documentos para abster-se na aprovação do balanço, segundo a ata da reunião do colegiado do último dia 22. Monforte também considerou o montante de 3% do valor de contratos considerados suspeitos nas investigações da operação Lava Jato para o lançamento de baixa contábil por corrupção como “inadequado”.
“Solicitei várias informações e documento ao longo das últimas semana, além de me juntar à petição do conselheiro Mauro Cunha, que solicitava outros tantos documentos, procurando ter dados e informações sobre as demonstrações financeiras antes da reunião do conselho. Com relação a estas, restaram várias delas não atendidas”, escreve Monforte na manifestação em separado que consta no anexo da ata.
Por considerar inadequado o método de adotar os 3% como parâmetro para a baixa por corrupção, o conselheiro, que renunciou ao cargo dias depois da reunião, diz esperar que esse não seja o valor de referência a ser usado pela companhia para buscar o ressarcimento das perdas.
“Apesar de testemunhar evolução no processo de ajustes e também a atitude de alguns executivos em disponibilizar tempo e informações, este esforço ainda foi aquém daquele que requer uma diligência completa”, conclui Monforte.