O “quadro geral de credores” do Banco Cruzeiro do Sul, que entrou em liquidação ao se tornar um escândalo de fraude de gestão do sistema financeiro, foi concluído e está disponível para consulta nas dependências da instituição, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esse quadro traz a designação dos credores autorizados pelo juiz de falência, com os valores de cada crédito disponível, assim como a sua classificação.
A convocação de credores nacionais e internacionais para pagamento do primeiro rateio está prevista para a próxima terça-feira, 09. Já o pagamento da primeira parcela aos credores nacionais está previsto para o período entre 18 de dezembro de 2014 e 20 de janeiro de 2015. O pagamento do primeiro rateio aos credores internacionais está previsto para ser realizado a partir de 12 de janeiro do ano que vem. Para isso, é preciso celebrar um acordo com as Câmaras de Compensação e de Liquidação nas quais os títulos emitidos pela instituição encontram-se custodiados (Euroclear, Clarstream e DTC).
O Banco Cruzeiro do Sul entrou em liquidação ao se tornar um escândalo de fraude de gestão do sistema financeiro. A Justiça, que chegou a manter os controladores presos por um mês, denominou o caso como “uma das mais graves fraudes da história financeira brasileira” e a imprensa internacional chegou a classificá-lo como uma “história de terror”. A divulgação do quadro geral de credores foi uma decisão tomada pelo liquidante do Banco Cruzeiro do Sul, Eduardo Felix Bianchini, e publicada na sessão de “ineditoriais” do Diário Oficial da União desta quarta-feira, 03.
O liquidante informa que a divulgação da lista ocorre depois de “esgotado o prazo legal para oferecimento de impugnações a créditos constantes do Quadro Geral de Credores, cujo aviso foi publicado na imprensa oficial e comum, e julgadas todas elas”, “as quais não foram objeto de acolhimento”. Depois de vencidas essas etapas, foi elaborado o “Quadro”, na forma definitiva.
O Banco Central decretou a liquidação da instituição em 14 de setembro de 2012, após algumas tentativas de encontrar uma “solução de mercado” para o banco. Durante três meses, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) tentou negociar os ativos do Cruzeiro do Sul com o Banco Santander, como uma forma de evitar a liquidação, mas a empreitada fracassou.