A atual presidente do Fundo Monetário Nacional e ex-diretora executiva do Banco Mundial, Kristalina Georgieva, pressionou a equipe que produz o relatório Doing Business para alterar dados da China em 2018, de acordo com investigação publicada nesta quinta-feira pelo Banco Mundial. Acompanhada de seu conselheiro, Simeon Djankov, Georgieva teria exercido pressões por mudanças específicas na pontuação de dados chineses, em um esforço para aumentar a posição do país asiático. No mesmo período, havia expectativas de que a China exerceria um papel crucial na campanha para aumento de capital do Banco Mundial, segundo o documento da entidade.
As alterações seriam o produto de duas pressões distintas sobre a equipe, segundo o Banco. Além de Georgieva, a equipe sênior do gabinete do então presidente da instituição, Jim Yong Kim, estaria pressionando direta e indiretamente pela mudança na metodologia do relatório, em um esforço para aumentar a pontuação da China. "Presumivelmente sob a direção do Presidente Kim", afirma o documento.
"Publicado em 31 de outubro de 2017, o relatório Doing Business 2018 foi lançado em um momento crucial para o Banco e sua liderança: de meados de 2017 a abril de 2018, a administração do Banco foi consumida por negociações delicadas sobre sua campanha de aumento de capital em andamento", diz a equipe de investigação.
"Eu discordo fundamentalmente das descobertas e interpretações feitas pela Investigação de Irregularidade de Dados no que diz respeito à minha atuação no relatório Doing Business de 2018, do Banco Mundial", disse Georgieva em comunicado, segundo reportagem da <i>Bloomberg</i>. "Já tive uma conversa inicial com o Conselho Executivo do FMI sobre este assunto."
O Banco Mundial decidiu interromper a produção do seu relatório Doing Business após serem reportadas, em junho do ano passado, irregularidades nos dados. As inconsistências estariam presentes nos documentos de 2018 e 2020. O Banco então se dedica a uma série de revisões e auditorias do relatório e suas metodologias.
O Doing Business mede, analisa e compara as regulamentações aplicáveis às empresas e o seu cumprimento em 190 economias e cidades selecionadas nos níveis subnacional e regional, explica a instituição.