O Banco Mundial reduziu sua previsão de crescimento econômico global em 2022, de 4,1% para 3,2%. A informação foi dada pelo presidente da instituição, David Malpass, em comentários durante os encontros de primavera com o Fundo Monetário de Internacional (FMI), nos quais destacou que a inflação e dívida dos países são os "dois grandes problemas" diante do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
O corte na projeção se dá pelo que Malpass chamou de "sobreposição de crises", com a covid-19, alta inflação e invasão russa na Ucrânia.
O presidente do Banco Mundial se mostrou "profundamente preocupado" com países em desenvolvimento, que têm enfrentado aumento de preços em energia, fertilizantes e alimentos, além da provável maior pressão inflacionária. "Isso, com a guerra na Ucrânia e os fechamentos ligados à covid-19 na China, estão empurrando as taxas de crescimento global ainda mais para baixo e as de pobreza para cima".
Devido aos altos níveis de déficit e dívidas, os países estão sob um "estresse financeiro severo", afirmou. Sessenta por cento dos países de baixa renda já estão endividados ou em alto risco de chegarem a esse estado, de acordo com o Banco Mundial. Ao longo de 2022, a expectativa é que a crise de débito piore, disse Malpass.
Quanto à inflação, o presidente afirmou que políticas devem ajustar tanto a demanda quanto a oferta na economia. "Os mercados estão voltados para o futuro, por isso é vital que governos e setores privados declarem que a oferta aumentará e que suas políticas promoverão a estabilidade da moeda para reduzir a inflação e aumentar as taxas de crescimento", disse.
A autoridade afirmou ainda que os bancos centrais podem usar outras de suas ferramentas, para além dos ajustes nas taxas básicas de juros.
Para Malpass, o capital está sendo mal alocado atualmente. "Um dos focos deve ser o uso de todas as ferramentas do banco central para que o capital seja alocado de forma que ajude a aumentar a oferta. Essa será uma maneira eficaz de lidar com a inflação". O presidente incentivou que a duração das carteiras dos BCs seja reduzida, por exemplo.
Malpass destacou que as crises de débito e depreciação de moedas também têm pesado sobre os mais pobres.