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Bancos privados têm obrigação de diminuir os juros


Em sua recente viagem aos Estados Unidos, a presidenta Dilma Rousseff foi firme ao cobrar do presidente americano Barack Obama o enfrentamento da crise econômica mundial, condenando a tática de Washington de estimular o mercado interno dos EUA em detrimento de outros países, principalmente os emergentes.


 


A linha de argumentação da presidente é coerente com sua atuação no sentido de manter o país no rumo do crescimento econômico sustentável, com geração de empregos e distribuição de renda. Uma das últimas medidas do governo federal nesse sentido foi baixar os juros dos bancos estatais – Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF). 


 


A CEF anunciou a redução de suas taxas de juros em até 88%. O do cheque especial caiu em até  67% ao ano e para o cartão de crédito,  40%. Para as pequenas empresas que contraírem empréstimos, os juros diminuíram de 2,72 para 0,94 % ao mês, com promessa de queda maior: 0,90% mensais até junho.  Decisão no mesmo sentido foi feita pelo BB. Os juros anuais do cheque especial do banco, por exemplo, caíram 67%. Os clientes terão taxa máxima de 4,27%, podendo chegar a 1,35% ao mês, dependendo do seu relacionamento com a instituição. Outras medidas anunciadas são o aumento em R$ 26,8 bilhões nos limites de crédito para micro e pequenas empresas e a redução em 15% da taxa média das principais linhas de capital de giro para as MPEs.


 


Enquanto isso, os bancos privados estão numa queda de braço com o governo, exigindo redução de impostos sobre o crédito bancário em troca da diminuição do chamado spread – diferença entre o custo de captação e as taxas cobradas dos clientes. O governo está disposto a discutir a pauta da FEBRABAN, mas se recusa a cortar impostos do setor.     


 


Os brasileiros ficaram endividados pelo crédito fácil, mas as taxas cobradas pelos bancos privados são absurdas. O pior é que o setor financeiro responsabiliza a inadimplência por essa distorção. Ora, vamos combinar: os 25 bancos brasileiros tiveram um lucro de R$ 49,4 bilhões em 2011, 14,48% maior do que em 2010. Nunca perdem. O que mais eles querem?


 


Com suas ações para reduzir juros dos bancos estatais, a presidenta Dilma deu um mais passo decisivo para cortar o mal pela raiz. E a população vem mostrando seu reconhecimento, como revela a mais recente pesquisa do IBOPE, que diz que 77% dos brasileiros apóiam seu governo.


 


José Luiz Guimarães


Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara Municipal


Escreve às quintas-feiras

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