Opinião

Bandeirante energia merece punição

Reportagem publicada pelo HOJE nesta quarta-feira revela que a empresa EDP Bandeirante Energia conta apenas com uma equipe de manutenção para cada 132 quilômetros de rede elétrica instalada em Guarulhos. Não precisa nem ser um expert no assunto para perceber que falta gente e equipamentos para garantir o bom fornecimento ao município. Conforme dezenas de reportagens já publicadas, basta um vento mais forte ou qualquer chuva de maior intensidade – às vezes nem isso – para que haja o corte no abastecimento em grandes regiões da cidade. Já o restabelecimento, invariavelmente leva horas.


A questão voltou à tona na semana passada quando alguns bairros ficaram períodos até superiores a um dia sem energia após um vendaval na região metropolitana de São Paulo. Aliás, a concessionária que abastece a Capital, a Eletropaulo, está sendo acionada pelo Procon pelos danos causados a milhares de consumidores prejudicados. Como a empresa é reincidente em multas e ações, o serviço de proteção ao consumidor pede a intervenção na empresa.


Chama a atenção que tanto a Bandeirante como a Eletropaulo repetem os mesmos erros, prejudicando a população seguidas vezes sem que uma autoridade assuma a defesa dos consumidores. Em entrevista à grande mídia, porém, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, declarou que a Eletropaulo deve ser penalizada imediatamente. Assusta o fato da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula o setor, não fazer nada a respeito. Apenas dá notas, não se sabe baseado em que, aprovando os serviços prestados. Aliás, esses rankings de qualidade servem de pretexto para as prestadoras de serviço se defenderem. Vira e mexe, em meio às respostas à mídia, vem a declaração de que elas cumpre rigorosamente as determinações da Aneel.


Ora, se a Aneel fecha os olhos e não enxerga os problemas causados pelas concessionárias, talvez seja o momento da sociedade civil pressionar a agência reguladora. Será que os critérios utilizados para indicar qualidade levam realmente em consideração a opinião dos consumidores? Com certeza, não. Aí, seria o caso de promover uma intervenção, além das concessionárias, também na Aneel.

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