Noticia-geral

Bar que se vai para ler e lavar roupas

A frase comum é que tudo acaba em pizza. Pelo menos em São Paulo, as coisas estão caminhando para o “tudo acaba em bar”. Cada vez mais aparecem pela cidade negócios que mesclam um serviço específico com o bônus: um espacinho para cervejas, petiscos e outros quetais.

É o caso da lavanderia hipster Laundry Deluxe, na Rua da Consolação, na região central. Quem já teve de experimentar lavar roupas nesse esquema self-service, muito comum no exterior, já se deparou com a questão: o que fazer enquanto a máquina está lá trabalhando? Observar o giro mecânico? Ler um livro? Usar o celular para “zapear”? “Lavanderia é um troço muito chato. Pensei então em abrir uma com uma oferta do que fazer no tempo de espera”, resume o empresário Jeferson Pagliano, que abriu o empreendimento em fevereiro de 2016. Lavar um cesto de roupa na Laundry custa de R$ 30 a R$ 55. Enquanto espera, o cliente tem à disposição um bar, um restaurante, uma barbearia e até um espaço para ligar o computador e trabalhar.

Na Vila. Inaugurada no fim de 2015, a Patuscada segue a mesma linha. Trata-se de uma livraria, centro de eventos culturais e bar na Vila Madalena, na zona oeste da capital. O proprietário, Eduardo Lacerda, é, desde 2011, dono da Editora Patuá, uma premiada casa de publicação de livros, especialmente de poesia. “Vender livro no Brasil ainda é muito difícil, então só uma livraria não atrairia um público muito grande”, comenta ele.

Antes da Patuscada, todos os lançamentos da Patuá ocorriam em bares. “Comecei a perceber que as pessoas iam por um motivo – o livro em si – e acabavam ficando por outro motivo – o bar, a cerveja, os amigos”, conta. “Então decidi montar uma livraria-bar: para trazer as pessoas e fazê-las ficar.”

Cervejas para a clientela têm sido atrativos também de barbearias estilosas. Neste caso, entretanto, a bebida acaba sendo uma cortesia. É o caso da Retrô Hair, com unidades na Avenida Paulista e na Rua Augusta, na região central, e estilo vintage – como o nome sugere.

Desde que abriu as portas, em 2009, cervejas e refrigerantes ficam à disposição em geladeiras para os clientes que estão esperando cortar suas madeixas – homens por R$ 75; mulheres por R$ 90 – ou uma ampla gama de serviços de barbearia, penteados, manicure e maquiagem. “Foi ideia do fundador”, conta a gerente do salão, Valéria Leite.

Proprietário da bicicletaria Ciclo Urbano, na Vila Olímpia, zona sul, Leandro Valverdes aposta em um café e bar para que o freguês tenha onde esperar enquanto sua bike passa por uma revisão, por exemplo. “E, no fim de semana, quando o fluxo da loja é maior, muitos aproveitam para confraternizar, beber e comer alguma coisa em nosso ambiente”, afirma ele.

A experiência já vinha do empreendimento anterior: entre 2011 e 2012, Valverdes teve um negócio também na Vila Olímpia chamado Ciclovila, que mesclava bicicletaria, café e agência de bike-courier.

Tradição. No mesmo bairro, funciona a Johnnie Wash há 12 anos. “Muito antes disso de mesclar bar com loja de outra coisa virar tendência”, frisa o proprietário, Ricardo Medrano. Com 1,2 mil m², seu empreendimento é muito mais do que uma oficina de customização de motos: tem loja de acessórios e peças, serviço de lavagem para motocicletas, barbearia e, claro, bar e lanchonete. “Tenho muitos clientes que nem têm moto e mesmo assim frequentam. Porque gostam do ambiente”, diz o empresário.

Mas pode dirigir depois? “Temos a preocupação de conscientizar para que isso não aconteça”, ressalta Medrano. “Por isso, graças a um convênio com um aplicativo de táxis, cliente nosso tem R$ 15 grátis para voltar para casa. Aí pode deixar a moto aqui e vir pegar no dia seguinte, sem problemas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Posso ajudar?