Estadão

Barbieri vê Vasco atrás dos rivais, mas vislumbra fim de gangorra de sofrimento

Apresentado oficialmente como novo treinador do Vasco nesta segunda-feira, Maurício Barbieri usou a coletiva de imprensa para passar aos torcedores a mensagem de que será necessário ter paciência para ver o clube subir de patamar no futebol brasileiro. Mais de uma vez, reforçou que o momento é de reconstrução, pois o time ainda dá seus primeiros passos como SAF e tem um caminho longo para montar um elenco competitivo para a o retorno à Série A do Brasileirão. Até por isso, vê o Vasco "largando atrás" dos rivais cariocas para a temporada 2023.

"Estamos saindo atrás dos nossos rivais. Vou me ater aos regionais, aos do Rio de Janeiro. Nesse momento, todos eles têm elencos formados, uma ideia e um conceito de jogo já estruturado. Nesse momento ainda não temos isso. Ainda estamos buscando as peças para formar um elenco e construir essa maneira de jogar. É importante o torcedor ter clareza sobre isso. Não quero que fiquem preocupados, estamos largando atrás nesse momento, mas vamos fazer de tudo para alcançá-los e passá-los. O Vasco é o time da virada, mas temos que correr atrás disso", comentou o treinador.

Embora adote um discurso cauteloso, Barbieri também deu sinais de otimismo e mostrou confiança na 777 Partners, dona de 70% da SAF vascaína. Ele acredita que, se houver tempo para a construção do trabalho, o clube conseguirá por fim ao ciclo de frustrações dos últimos anos, com rebaixamentos em 2008, 2013, 2015 e 2020. Até o acesso à elite conquistado na última temporada teve alta dose de angústia.

"A gente precisa construir as bases para ter consistência de resultado, para sair dessa gangorra de sofrimento. Precisamos do apoio do torcedor, que o torcedor entenda esse momento de reconstrução. Não vai acontecer da noite para o dia, não é algo que posso oferecer um tempo específico, não posso dizer se vai durar 15, 30 ou 40 dias . Isso vai depender do processo, da dinâmica que vamos conseguir imprimir a partir do dia a dia. A ideia é que, a partir do momento que a gente consiga essa base, passe a ter consistência", avaliou.

O novo treinador vascaíno afirmou que boa parte de seu sentimento positivo em relação ao projeto se deve à participação de Abel Braga, diretor técnico do clube. "É um profissional pelo qual eu tenho a maior admiração possível. Foi um profissional que abriu as portas para mim em cursos da CBF, sempre me tratou superbem. Pode acrescentar conhecimento a qualquer treinador da minha geração. Experiência é fundamental."

Sobre a montagem de elenco, Barbieri disse estar participando ativamente do processo, mas não quis se aprofundar quando questionado sobre nomes específicos, como o atacante Pedro Raul, destaque do Goiás. "Não posso responder sobre um jogador que não chegou. Posso falar que o Pedro teve uma temporada fantástica. Conheço há muito tempo, tem imposição física e consegue ser um centroavante técnico. Ficaria muito feliz se a gente conseguisse contar com ele", limitou-se a dizer.

O treinador ainda respondeu perguntas sobre a reação da torcida em relação à sua contratação. Ele disse aceitar bem o fato de não ser unanimidade entre os vascaínos. "Isso é normal, o torcedor acaba influenciando o que ele pensa com o que ele está sentindo. Eu vejo como natural, entendo que seja assim. O ideal é que a gente encontre um equilíbrio entre a emoção e a razão, que nos permite ter os resultados de forma consistente."

Nesta segunda-feira, Barbieri teve o primeiro contato com o elenco, que se reapresentou após mais de um mês de férias. O Vasco fará uma parte da preparação no CT Moacyr Barbosa. Então, no dia 14 de janeiro, viajará para a Flórida, nos Estados Unidos, onde terá amistosos contra River Plate e Inter de Miami.

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