Barroso dá 72 horas para AGU informar sobre transferência de Marcola para o DF

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira, 13, pedir informações à Advocacia-Geral da União (AGU) sobre a transferência para a Penitenciária Federal de Brasília do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. O ministro fixou um prazo de 72 horas para a União prestar esclarecimentos.

Em dezembro do ano passado, o Exército cercou a Penitenciária Federal de Brasília após setores da inteligência do governo receberem informações de um plano para resgatar Marcola. O plano para resgatar Marcola teria sido planejado por Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho ou Magrelo, apontado como uma das principais lideranças do PCC.

Fuminho é considerado o maior traficante do Brasil e apontado como "sócio" de Marcola nas operações no País. De acordo com informações de setores da inteligência, ele está na Bolívia, de onde controla a operação de envio da droga para a Europa.

Em fevereiro do ano passado, uma megaoperação foi feita nos presídios de São Paulo para isolar 22 lideranças do PCC. Marcola, que estava na Penitenciária II de Presidente Venceslau, foi transferido primeiro para Porto Velho, em Rondônia. Em março, menos de um mês após sair da unidade paulista, o criminoso foi trazido para a Penitenciária Federal de Brasília. Outros três integrantes do PCC vieram no mesmo dia: Cláudio Barbará da Silva, Patrik Wellinton Salomão, e Pedro Luiz da Silva Moraes, o Chacal.

<b>Abrigo</b>

O Palácio do Buriti é contra a permanência dos líderes de facções criminosas na capital federal, o que o levou a entrar com uma ação no STF para retirá-los de Brasília

"Não quero ninguém vinculado à organização criminosa circulando aqui. Brasília não é local para abrigar presos dessa natureza, temos autoridades e 180 organizações internacionais na capital", disse na última quarta-feira (12) ao Estadão/Broadcast Político o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Ibaneis afirmou à reportagem que buscou uma solução sobre o tema com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, mas não obteve êxito. "Como não conseguimos pela diplomacia, tentamos agora pela Justiça", observou.

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