Barueri, na região metropolitana de São Paulo, apresenta o metro quadrado mais caro de aluguel no Brasil, superando as capitais paulista e fluminense. De acordo com ranking da FipeZap+, em julho o preço na cidade era em média de R$ 53,80 o m². O condomínio Alphaville é o responsável por puxar os preços dos aluguéis para cima na cidade. A área concentra prédios e casas de alto padrão, o que leva o município a ter preço médio 8,3% mais alto do que o de São Paulo, que tem o m² ao custo de R$ 49,69 na média.
Segundo analistas, além dos imóveis de luxo, a região também tem grande taxa de ocupação de galpões logísticos, o que aquece o mercado imobiliário local. A proximidade com São Paulo e a facilidade no acesso à Rodovia Presidente Castelo Branco também são pontos cruciais na valorização da região.
"De 2020 para cá, houve aumento na procura de imóveis localizados em condomínios nessa região. Por causa da pandemia, houve uma intensificação do trabalho remoto e, agora, há a consolidação do modelo de trabalho híbrido", afirma Daniel Gava, CEO da startup do setor imobiliário Rooftop.
Na visão de Bruno Ackermann, sócio da cy.capital, a valorização dos imóveis residenciais também tem relação com o mercado de galpões logísticos de Barueri, que torna as entregas de produtos comprados no comércio eletrônico mais rápidas. "O galpão fica perto do consumidor", diz Ackermann.
<b>BRASIL</b>
O aumento médio de preços de aluguéis no País nos últimos 12 meses até julho foi de 16,27%, segundo a FipeZap+. Goiânia, Florianópolis e Curitiba foram as cidades que tiveram os maiores aumentos de valores no período, respectivamente, com 37,39%, 36,10% e 21,33%. O Rio ficou em quarto lugar, com 19,80%, e São Paulo em 10.º, com 14,03%.
Para Marcelo Milech, planejador financeiro pela Planejar, as altas taxas de financiamento imobiliário são os principais fatores que levam ao aumento do preço dos aluguéis em todo o País. Com maior custo para comprar um imóvel financiado, mais pessoas precisam buscar a locação como alternativa de moradia.
"Além disso, muitos contratos de locação foram reajustados pelo IGP-M, que subiu bem acima da inflação (oficial). Esse indicador ainda é usado, apesar de ser mais volátil do que o IPCA" disse ele. "A tendência de alta mudou. Em 2023, o IGP-M tem um acumulado negativo. Por isso, em alguns casos, pode haver uma redução nos valores de aluguéis."
<b>INVESTIMENTO</b>
O relatório da FipeZap+ traz dados que mostram que a rentabilidade de um imóvel alugado é, em média, de 5,52% ao ano no País. O município mais rentável nesse indicador é Santos (SP), seguido por Praia Grande (SP) e Recife (PE), todas cidades litorâneas. São Paulo aparece na 14.ª posição do ranking, com rentabilidade de 5,71%.
Caio Nabuco de Araujo, especialista em fundos imobiliários da Empiricus Research, avalia que os imóveis podem ser opções de investimento, mas outros ativos, atualmente, rendem mais do que um aluguel. "O brasileiro tem a cultura de adquirir imóveis, o que é uma forma conservadora de preservar capital. A valorização, a depender da região, deve ser levada em conta. Mas a rentabilidade de um aluguel perante um fundo imobiliário é inferior", afirma Araujo.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>