A Polícia Federal prendeu mais de 30 pessoas ligadas ao Ministério do Turismo. Entre os detidos estão o secretário-executivo e número dois na hierarquia da pasta, Frederico Silva da Costa, além do ex-presidente da Embratur Mário Moysés, entre outros figurões. Em entrevista à revista “Veja”, Oscar Jucá Neto chamou o PMDB, partido do ministro da Agricultura Wagner Rossi, de “central de negócios”. Em outra reportagem, a revista publicou denúncias de relações suspeitas entre funcionários do alto escalão e lobistas. Estariam envolvidos o ministro Rossi e o então secretário-executivo da pasta Milton Ortolan. No mesmo dia que o ministro divulgou nota repudiando as informações, Ortolan pediu demissão do cargo.
No Ministério dos Transportes, após a publicação pela imprensa de um suposto esquema de propinas que beneficiaria o PR – partido presidido pelo então ministro Alfredo Nascimento -, mais de 20 funcionários da pasta ou de autarquias ligadas ao setor, além do próprio ministro deixaram o cargo. A revista “Época” publicou reportagem com base em vídeos, documentos e cheques, que integram uma investigação sigilosa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal sobre irregularidades na ANP (Agência Nacional do Petróleo), autarquia especial vinculada ao Ministério de Minas e Energia, sob o comando de Edison Lobão (PMDB).
Antes de tudo isso, o ministro chefe da Casa Civil, o antes todo poderoso Antonio Palocci sucumbiu após a divulgação de seu rápido enriquecimento. Em todos os casos, a presidente Dilma Roussef (PT) só veio a agir com mais energia, após ir a público defender seus indicados. Bastou mais um pouco de investigação, por parte da mídia, para que ela tivesse que rever sua postura e encaminhar para o afastamento.
Ou seja, não será surpresa alguma se nomes que ainda se sentem fortes, como os mandatários da Agricultura e do Turismo, que foram defendidos pela presidente, vierem a perder seus cargos muito em breve. Tudo isso ocorre devido à fragilidade da sustentação política do atual governo. No Congresso, a base já perde o PR, insatisfeito com o desenrolar. Não se sabe até quando Dilma segurará o PMDB ou vice versa. Parece um castelo erguido sobre um terreno arenoso, sem as devidas estruturas. Se não houver uma ação para estruturar a base, dificilmente ele permanece em pé.