Apesar de preterido por usuários mais jovens, o e-mail não corre nenhum risco de extinção. Segundo pesquisas, seu alcance deve na verdade se expandir nos próximos anos.
É o que aponta, por exemplo, relatório do Radicati Group, localizado em Palo Alto, EUA, que fornece levantamentos sobre uso de e-mails, mensagens instantâneas e redes sociais. O número de contas de e-mail deve passar de 4,1 bilhões em 2014 para 5,2 bilhões no fim de 2018. Além disso, a quantidade de usuários nesse mesmo período também deve aumentar de 2,5 bilhões para 2,8 bilhões.
Ainda que muitas contas existam apenas porque o usuário precisa se inscrever nesse serviço para acessar outros, como no caso do Gmail e dos aplicativos do Google, existem muitas razões pelas quais as pessoas ainda precisam de uma caixa de correio eletrônica.
Em comparação com outros modos de comunicação online, o e-mail tem a preferência em diversas utilizações: documentação de conversas e mensagens; comunicação formal, adequada para empresas ou instituições; recebimento de mensagens de confirmação ou de ativação de sites ou serviços.
“Existe uma tendência de que aquilo que é mais formal seja mandado por e-mail, enquanto as ações de caráter menos decisório migrem para outras formas de comunicação, principalmente grupos de WhatsApp”, acredita a professora Elizabeth Saad, da USP.
A estudante de Direito Ana Moura, de 19 anos, é um desses casos: ela não usava e-mail até passar no vestibular. Ao fim de seu primeiro ano de faculdade já era usuária habitual. “Acho o e-mail prático, bem organizado, fácil de usar. Além disso, dá mais privacidade que as redes sociais”, diz.
Outra vantagem dos e-mails é sua capacidade de armazenamento. O Gmail, e-mail grátis mais usado do mundo, possui 15 gigabytes de memória. Já o concorrente YahooMail oferece até 1 terabyte de espaço. “No Whatsapp, qualquer foto ou vídeo baixado vai direto para a memória do celular, e isso tem que ser deletado de tempo em tempo”, afirma Samantha Kutscka, da Escola do Futuro.
Muitos apostam também no e-mail como uma ferramenta de marketing com eficácia maior que as redes sociais. Um relatório da consultoria McKinsey concluiu que ele é 40 vezes mais eficiente em conseguir novos clientes do que o Facebook e o Twitter combinados.
Na mesma linha segue o relatório “Estratégias de Relações Sociais que Funcionam”, publicado em novembro pela consultoria Forrester Research, que sentenciou que as redes sociais são “perda de tempo” para marcas.
De acordo com o autor da pesquisa da Forrester, Nate Elliot, e-mails são entregues a mais de 90% dos destinatários, enquanto posts no Facebook só chegam a 2% dos seguidores das marcas.