A companhia alemã de produtos químicos Basf informou nesta quarta-feira, 29, que obteve prejuízo líquido de 878 milhões de euros (cerca de US$ 1,03 bilhão), ou perda de 0,95 euros por ação, no segundo trimestre deste ano. Com o resultado, a companhia reverte o lucro líquido de 5,95 bilhões de euros (6,48 euros por ação) que obteve em igual período do ano anterior. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 31%, de 1,55 bilhão de euros para 1,07 bilhão de euros. O Ebit (lucro antes de juros e impostos) excluindo itens especiais caiu 77% para de 995 milhões de euros para 226 milhões de euros.
No período, a receita caiu 12% para 12,68 bilhões de euros, ante 14,48 bilhões de euros em igual período do ano anterior. Na Divisão de Soluções Agrícolas, as vendas da Basf no segundo trimestre de 2020 recuaram 2%, de 1,796 bilhão de euros para 1,766 bilhão de euros.
A companhia também registrou pior desempenho no Ebit excluindo itens especiais do segmento, com queda de 0,8% de 121 milhões de euros para 120 milhões de euros. A empresa atribui a queda no resultado do setor ao efeito cambial negativo especialmente na América do Sul, África e Oriente Médio. A empresa disse que registrou volumes maiores de vendas em todas as regiões, exceto a Europa, e reajuste de preços nos produtos.
Analistas consultados pela própria empresa previam prejuízo líquido de 158 milhões de euros, Ebit excluindo itens especiais de 146 milhões de euros e receita de 11,80 bilhões de euros. Analistas da Vara Research esperavam Ebit ajustado de 669 milhões de euros.
Com o resultado obtido no segundo trimestre, a Basf volta a registrar queda na receita, após um trimestre positivo, e acumula recuo no lucro pelo quarto período trimestral seguido. O desempenho já era esperado pelo mercado, com vários bancos de investimento alertando que a companhia deveria apresentar queda significativa no Ebit em todos os segmentos e moderada na divisão agrícola.
A companhia afirmou que, como esperado, os efeitos econômicos da pandemia da covid-19 tiveram um impacto "muito mais forte" no segundo trimestre deste ano que no primeiro trimestre. A Basf informou que conseguiu manter a produção em todas as plantas importantes do mundo.
"A pandemia do coronavírus ainda é um enorme desafio para todos nós", disse o presidente-executivo da empresa, Martin Brudermueller, em comunicado divulgado para investidores e imprensa. Segundo a empresa, houve declínio na demanda de clientes como a indústria automotiva, enquanto a demanda das indústrias de limpeza e de alimentos ficou estável.
Em teleconferência com investidores, o CEO disse que o volume de vendas em junho foi 1% maior que igual mês do ano anterior, por causa da melhora na demanda da China, mas que os pedidos de julho ainda estão abaixo do nível reportado em 2019.
Para o ano fiscal de 2020, a companhia ainda não informou suas orientações financeiras, que foram retiradas anteriormente. "Dado o contínuo alto nível de incerteza e baixa visibilidade em torno dos desenvolvimentos econômicos", justifica a empresa.
Antes da crise global, a Basf esperava vendas entre 60 bilhões e 63 bilhões de euros e Ebit (lucro antes de juros e impostos) excluindo itens especiais entre 4,2 bilhões e 4,8 bilhões de euros. A companhia informou que não espera uma recuperação significativa no Ebit excluindo itens especiais no terceiro trimestre deste ano, em parte em virtude da menor demanda geralmente observada em agosto e da sazonalidade dos negócios de soluções agrícolas.