O vereador Romildo Santos perdeu a compostura nesta quinta-feira, durante sessão ordinária. Ao ser chamado de burro e ignorante por uma mulher que estava nas galerias da Casa, ele – sem citar o nome dela – partiu para o ataque à senhora. Disse que a conhecia de muito tempo, afirmando que a mulher e o marido não tinham caráter. Que a interlocutora, a quem chamou de professora, que já teria sido funcionária comissionada durante os governos do PT, agora quer ganhar no grito. O tema em pauta era a inclusão do tema “igualdade de gêneros” no plano municipal de educação. O democrata, em nome da “família”, é contra.
Prefere discutir com homens
Bastante alterado já que a “professora” não parava de gritar durante sua fala, Romildo – em determinado momento, ainda na Tribuna – perdeu a linha: “Discutir com mulher é difícil. Prefiro discutir com homem”. O vereador já tinha disparado momentos antes que “nossas escolas merecem pessoas melhores que vocês. Pasmem. Isso é uma professora”. Sem justificar o destempero, mas até uma serpentina – daquelas de carnaval – foi atirada contra o parlamentar, que passou a ser chamado de machista para cima.
Sem foro privilegiado
A decisão do Supremo Tribunal Federal de restringir o foro privilegiado aos parlamentares somente para os crimes que cometerem no exercício do cargo pode trazer consequência direta para alguns políticos de Guarulhos. Alguns pretendiam conseguir se eleger como deputado federal para tentar se livrar de processos que carregam e que podem leva-los à prisão. O ex-prefeito Sebastião Almeida (ex-PT mas agora PDT), citado das delações de executivos da Odebrecht na operação Lava Jato, é um deles.
Sol quadrado
Apesar das péssimas gestões à frente da Prefeitura de Guarulhos, Almeida era visto por alguns “papa-candidatos” da cidade como um pote de ouro na campanha do ano que vem. Sabedores dos planos de liberdade do ex-prefeito, eles já se preparavam para cobrar muito caro para torna-lo um candidato viável. Sem o foro privilegiado, os planos podem mudar. Afinal, enfrentar uma disputa eleitoral com o risco real de uma sonora derrota pode não compensar, já que não servirá para evitar “o sol quadrado”.
Revendo conceitos
Este jornalista, apesar de ser formado numa universidade pública há 26 anos, nunca defendeu a exigência do curso de Jornalismo para exercer a profissão. No entanto, diante da avalanche de “manés” que se intitulam comunicadores, sem qualquer preparo, é hora de rever a posição. Com o advento das redes sociais, a situação piorou muito. Nem mesmo questões elementares para qualquer foca (principiante na profissão) são respeitadas por esses sujeitos que acreditam que basta um crachá no peito para se acharem. Talvez a Justiça precise ser acionada para colocar o trem de volta nos trilhos.