A Juventus renasceu das cinzas nesta terça-feira para se manter viva no confronto de oitavas de final da Liga dos Campeões contra o Bayern de Munique. Após dois terços da partida de ida, o silêncio nas arquibancadas em Turim representavam a frustração por ver a equipe da casa caindo por 2 a 0 diante do poderoso rival. Mas ao apito final, a empolgação da torcida mostrou que o empate por 2 a 2, mesmo que não tenha sido o melhor dos resultados, foi uma vitória moral para os italianos.
A garra demonstrada pela Juventus para buscar o empate serviu para deixar a equipe viva na briga por uma vaga nas quartas de final, mas não tirou a vantagem do Bayern. O time alemão pode até empatar por 0 a 0 ou 1 a 1 diante de seus torcedores na volta, dia 16 de março, que seguirá em busca de mais um título europeu. Aos italianos, resta vencer ou empatar pelo menos por 3 a 3.
Desde o apito inicial nesta terça, o comando do jogo foi do Bayern. Os alemães dominavam a posse de bola, encurralavam a Juventus e não demorariam a chegar com perigo pela primeira vez. Aos 12 minutos, Lewandowski recebeu na área, de frente para Buffon, mas preferiu rolar para Müller. O alemão tentou dominar, mas perdeu o tempo da bola. Mesmo caindo, ainda conseguiu finalizar, mas fraco, facilitando a tarefa de Bonucci, que tirou em cima da linha.
Aos poucos a marcação da Juventus encaixou. O Bayern seguia com a posse mas já não criava. Os alemães tocavam no campo de ataque, giravam de um lado para o outro procurando uma brecha na defesa, mas não encontravam. Assim, as chances se baseavam em chutes de longe, como o de Robben, que passou rente ao travessão, e o de Bernat, que parou em Buffon.
Sem qualquer resposta da Juventus, o time da Baviera se lançava cada vez mais ao ataque, sempre pelo lado direito, onde Robben conseguia raro espaço nas costas do veterano Evra. E foi justamente por ali que o Bayern chegou ao primeiro gol, já no fim da primeira etapa.
Aos 43 minutos, Müller abriu pela direita, Robben encarou Evra e cruzou, muito forte. Douglas Costa se esforçou e conseguiu tocar para o meio. A bola bateu em Barzagli e sobrou para Müller, que finalizou para a rede. Prêmio para um time que foi para o intervalo com 69% de posse e completou quase o triplo de passes do adversário: 314 a 113.
A Juventus voltou para o segundo tempo com Hernanes na vaga de Marchisio, mas não deu nem tempo para tentar a pressão, porque o Bayern ampliou logo aos nove minutos. Thiago Alcântara puxou contra-ataque e deu ótima enfiada para Lewandowski, que exagerou na força ao tentar encontrar Robben. Mas aí o holandês mostrou categoria em uma jogada que tem a sua assinatura. Ele dominou pela direita, foi cortando para o meio até encontrar o espaço necessário para bater cruzado, sem chance para Buffon.
A desvantagem fez o panorama do jogo finalmente mudar. A Juventus foi para cima com tudo, na base da vontade, e contou com uma falha adversária para diminuir aos 17. Kimmich errou ao tentar dominar passe fácil pelo meio, a bola ficou para Mandzukic, que acionou rapidamente Dybala. O argentino saiu de frente para Neuer e o deslocou.
O jogo ficou aberto. O Bayern se recusava a abrir mão da proposta ofensiva, seguia dono da bola, mas agora gerava contra-ataques à Juventus, como aos 21, quando Cuadrado saiu de frente para o gol e parou na grande defesa de Neuer. No lance seguinte, Pogba tentou da entrada da área e jogou por cima.
Guardiola, então, colocou o zagueiro Benatia, enquanto Massimiliano Allegri lançou mais um centroavante, Morata. E o italiano se deu melhor. Aos 30 minutos, o próprio Morata recebeu bola de Mandzukic pela esquerda e devolveu de cabeça para o meio da área. Sturaro, outro que saiu do banco, mergulhou de carrinho para tocar para a rede e deixar tudo igual.
Se as arquibancadas do estádio estavam em silêncio após o segundo gol do Bayern, agora incendiavam os jogadores da Juventus, que mantiveram a pressão. Quem dominou o confronto nos minutos finais foram os donos da casa, que ainda chegaram com Pogba, mas o francês jogou por cima a última boa chance em Turim.