O gerente-executivo do Banco do Brasil, Otacílio Martins de Magalhães Filho, afirmou que para atrair investidores para projetos de infraestrutura no Brasil é preciso fazer ajustes microeconômicos e alterar regulações que, hoje, funcionam como entraves para o andamento de grandes projetos no setor no País. “Investidores nacionais, fundos de investimento, private bankings e fundos de pensão são os grandes detentores de poupança interna e têm interesse em investir em infraestrutura, mas ajustes microeconômicos são necessários”, afirmou, durante encontro da série Fóruns Estadão, com o tema “Infraestrutura – Caminhos para o Crescimento”, realizado na capital paulista nesta sexta-feira, 23.
O executivo reconheceu que mudanças na regulação já foram feitas, mas alertou que ainda há uma grande lista do que precisa ser feito. Entre os pontos que já avançaram para elevar a atratividade dos projetos, Magalhães Filho destacou o aumento das taxas de internas de retorno, de cerca de 8% para cerca de 10% e a redução de quilometragem média por trecho leiloado, de 812 km para 463 km. “Isso permite que empresas menores, que dispõem de menos capital inicial, possam participar dos projetos”, comentou. Outro fator positivo é a delimitação de um prazo máximo de 120 dias para julgamento dos pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro por parte da ANTT. “Quando se tem cronograma de investimentos apertado e grandes montantes para investir, não se pode ficar esperando muito tempo por uma decisão destas”, disse.
Em sua apresentação, o gerente-executivo do Banco do Brasil ponderou também os pontos que ainda precisam ser melhorados. Entre os avanços necessários estão a ampliação do prazo para preparação de projetos para os leilões de infraestrutura, a padronização e tradução dos editais de concorrência em modelos internacionais de modo a potencializar a participação de players estrangeiros. “Também é necessário intensificar o relacionamento de longo prazo com os investidores internacionais e reforçar a busca de alternativas de funding dos poupadores nacionais e internacionais”, detalhou. Magalhães Filho alertou ainda para a necessidade de revisar os modelos de editais para ampliar a competição pelos ativos e o aprimoramento da gestão e da implantação dos projetos na fase pós-leilão.