Os diferentes setores da economia brasileira apresentaram variação no estoque de crédito para empresas em junho, conforme dados do BC divulgados nesta quinta-feira, 27.
A agropecuária teve alta de 0,5% no saldo de crédito em junho ante maio, para R$ 22,589 bilhões, a indústria apresentou baixa de 0,5%, para R$ 712,449 bilhões, e o setor de serviços indicou alta de 1,0%, aos R$ 716,481 bilhões.
No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), a alta foi de 1,8% em junho ante maio, para R$ 31,264 bilhões.
A concessão de novos créditos para a compra de carros voltou a cair no mês passado. Dados divulgados pelo BC mostram que bancos emprestaram R$ 7,010 bilhões para pessoas físicas nesse segmento em junho, o que representa uma queda de 3,7% em relação a maio. No acumulado do ano, porém, o crédito para veículos mostra reação e a concessão de crédito cresceu 19,6% e, em 12 meses, o avanço é de 7,9%.
Apesar da queda da concessão de novos créditos, o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos registrou ligeiro avanço de 0,2% de maio para junho. Com isso, o total de recursos para aquisição de automóveis por esse grupo de clientes ficou em R$ 142,747 bilhões no mês passado.
No acumulado de 12 meses até o mês passado, prevalece a tendência negativa e o estoque das operações registra queda de é 4,2%. No acumulado do ano de 2017, o recuo é de 0,6%.
Endividamento das famílias
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 41,6% em abril para 41,5% da renda acumulada em 12 meses em maio. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento caiu ligeiramente, de 23,2% para 23,1%.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) passou de 21,5% em abril para 21,3% em maio. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 19,0% para 18,7%.
BC CORRIGER
PIB
O Banco Central corrigiu o dado sobre o tamanho do mercado de crédito na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). Com a correção, o indicador que mede o saldo das operações caiu em relação ao dado originalmente divulgado. No mês de junho, o crédito correspondeu a 48,2% do PIB e não 48,5% do PIB como informado no documento entregue à imprensa. O relatório será atualizado na internet e a série histórica do indicador – de número 20622 – já está corrigida.
Também foram corrigidos os números relativos aos dois meses anteriores. Em maio, o saldo do crédito correspondeu a 48% do PIB (ante 48,6% publicados no documento). Já em abril, o total de empréstimos equivaleu a 48,2% do PIB (ante 48,8% divulgados originalmente). Os dados anteriores dessa série histórica não foram alterados.
“Usamos um PIB que é diferente do balanço de pagamentos, divulgado na semana passada. Atualizamos o dado do PIB, mas usamos um PIB não atualizado (na conta)”, explicou o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha.