O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta sexta-feira, 28, que o déficit nominal de 5,01% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses até outubro é o pior desde dezembro de 2003, quando ficou em 5,24%. Quando questionado sobre se essa taxa poderia prejudicar a nota do Brasil junto a agências de rating, o técnico mostrou otimismo com o futuro da economia.
“Os fundamentos da economia brasileira – considerando, inclusive, o setor externo e as perspectivas para os próximos anos, incluindo medidas anunciadas ontem junto com nova equipe econômica – trabalham no sentido de melhorar a confiança dos agentes na economia brasileira e com trajetória mais sustentável para diversos indicadores, de forma que o Brasil deve seguir com qualificação de grau de investimento”, afirmou.
Rocha também disse que as despesa com juro em 12 meses em relação ao PIB, de 5,57%, é pior resultado desde março de 2012, quando ficou em 5,63%.
Ainda segundo Rocha, depois de cinco meses de déficit primário, as contas públicas voltaram a registrar um superávit. Pelos dados do BC, o resultado ficou positivo em R$ 3,729 bilhões. A despeito do número melhor quando comparado a outros meses, ele não foi suficiente para reverter a trajetória de redução do primário no acumulado de 12 meses. Em agosto, essa economia para pagamento de juros estava em R$ 47,498 bilhões; em setembro, em R$ 31,055 bilhões; e em outubro recuou para R$ 28,595 bilhões.