O Boletim Regional divulgado na manhã desta quinta-feira, 5, pelo Banco Central trouxe o desempenho da atividade econômica nas cinco regiões do País no trimestre encerrado em agosto na comparação com os três meses terminados em maio. De acordo com o documento, o Índice de Atividade Econômica Regional da Região Centro-Oeste teve baixa de 0,6% no período, depois de já ter caído 0,7% na mesma base de comparação, com dados dessazonalizados.
De acordo com o BC, o destaque da região foram os resultados negativos da construção civil, das vendas do comércio, do setor de serviços e do mercado de trabalho. “Ressalte-se que a região tem apresentado desempenho superior à média do país, trajetória que poderá ser favorecida, nos próximos trimestres, pelos impactos do novo patamar da taxa de câmbio sobre as respectivas exportações”, afirma o documento.
O IBCR-N, do Norte, recuou 1,5% no período, mesmo porcentual verificado na edição anterior do boletim regional. Na região, de acordo com o BC, a atividade econômica foi condicionada, no trimestre encerrado em agosto, pelas retrações observadas na produção industrial, nas vendas do comércio e na construção civil. “Vale destacar que a balança comercial da região foi superavitária nos nove primeiros meses do ano, mas registrou resultado 35,0% inferior ao de igual intervalo de 2014.”
O documento salientou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas recuou 3,2% no segundo trimestre do ano em relação a igual período de 2014, de acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEPLAN-CTI/AM). “Essa evolução refletiu, em especial, os resultados negativos observados nas vendas do comércio e nas indústrias de equipamentos de informática e eletrônicos e de veículos”, trouxe o documento.
No Nordeste, de acordo com o BC, ocorreram recuos no PIB das três principais economias da região, no segundo trimestre do ano. A retração atingiu 1,9% na Bahia, ressaltando-se o impacto do recuo de 13,5% na produção da indústria de transformação; 3,9% no Ceará, sensibilizada pela redução de 22,0% na produção agropecuária, decorrente do impacto de condições meteorológicas adversas. Em Pernambuco, a retração foi de 3,4.
“Em termos mais abrangentes, a atividade econômica do Nordeste foi condicionada, no trimestre encerrado em agosto, por retrações importantes nas vendas do comércio e na produção industrial, que exerceram desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho – a economia nordestina eliminou 42,9 mil empregos formais no trimestre, ante criação de 48,9 mil vagas em igual período de 2014. Com isso, o IBCR-NE recuou 0,9% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando já havia caído 0,2%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados.
Sobre o Sudeste, o BC mostrou que os PIB de Minas Gerais e de São Paulo recuaram 1,5% e 2,6%, respectivamente, no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, destacando-se o impacto do desempenho negativo da indústria. “A atividade econômica da região em termos agregados permaneceu influenciada, no trimestre encerrado em agosto, pelo cenário de pessimismo dos agentes econômicos e pela deterioração do mercado de trabalho.”
As retrações da produção industrial e das vendas do comércio foram evidenciadas, conforme o BC, na trajetória do IBCR-SE, que contraiu 0,8% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando recuara 1,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados.
No Sul, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, evolução decorrente, em especial, do desempenho favorável da agropecuária, que repercutiu a concentração da colheita da soja, no período.
Os principais indicadores da atividade do Sul evidenciam, no entanto, continuidade do processo de desaquecimento da economia da região. “Nesse sentido, em ambiente de moderação no crédito e de deterioração do mercado de trabalho, destacou-se, no trimestre encerrado em agosto, o impacto dos desempenhos negativos do comércio e da indústria, mitigado parcialmente pelas trajetórias da agricultura e da balança comercial.”
Nesse cenário, segundo o BC, o IBCR-S recuou 2,8% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,1%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados.