O Banco Central do México (Banxico) decidiu nesta quinta-feira elevar a sua taxa básica de juros de 4,25% para 4,50%, em decisão que não foi unânime. De acordo com comunicado da entidade, dois de seus cinco dirigentes votantes prefeririam manter o instrumento de política monetária no mesmo nível. Esta é a segunda elevação de juros seguida promovida pela entidade.
Segundo a instituição, a decisão foi tomada para "evitar afetações" nas expectativas inflacionárias, e "propiciar um ajuste ordenado" para que os níveis de preços voltem à sua meta de inflação anual a 3%.
No documento, o BC destaca que elevou suas projeções para a inflação no país, com maiores variações de alta no curto prazo, enquanto as expectativas de mais longo prazo aumentaram de forma menos brusca.
Agora, o Banxico projeta alta de 5,6% e 5,7% na inflação anual do terceiro e quarto trimestres de 2021, respectivamente. Antes, os aumentos esperados eram de 4,5% e 4,8% em cada um dos períodos.
Nos primeiros três meses de 2022, os preços devem se elevar 5,2% ante o mesmo trimestre de 2021, segundo a entidade. Depois, "espera-se que a medição anual da inflação e do seu núcleo diminua, especialmente a partir de horizontes superiores a um ano, e converja para o objetivo de 3% no primeiro trimestre de 2023", afirma o BC mexicano.
De acordo com a entidade, é esperado que a economia mexicana mantenha trajetória de recuperação no restante do ano, já observada durante o segundo trimestre. O Banxico também espera, no entanto, que a retomada seja desigual entre os setores, e diz que o recrudescimento da pandemia de covid-19 no México dificultou a avaliação da economia.