O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 1,5% em março ante fevereiro, para R$ 4,104 trilhões, informou nesta quinta-feira, 29, o Banco Central. Em 12 meses, houve alta de 14,5%. Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia de covid-19, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas.
Em março ante fevereiro, houve alta de 1,0% no estoque para pessoas físicas e elevação de 2,0% para pessoas jurídicas. De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 1,9% em março, enquanto o de crédito direcionado apresentou alta de 0,9%.
No crédito livre, houve alta de 0,9% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque avançou 3,0% no período. O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 54,0% para 54,4% na passagem de fevereiro para março.
As concessões dos bancos no crédito livre subiram 28,2% em março ante fevereiro, para R$ 366,0 bilhões. Nos 12 meses até março, porém, há um recuo de 4,3%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais. Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia de covid-19.
Em março, no crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 12,1%, para R$ 172,4 bilhões. Em 12 meses até março, há baixa de 4,1%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões cresceram 47,0% em março ante fevereiro, para R$ 193,6 bilhões. Em 12 meses até março, o recuo é de 4,6%.
<b>Setores</b>
O saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária subiu 4,5% em março, para R$ 35,897 bilhões.
Já o saldo para a indústria avançou 1,4%, para R$ 729,486 bilhões. O montante para o setor de serviços teve alta de 2,2%, para R$ 1,040 trilhão.
No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo subiu 355,2%, aos R$ 2,599 bilhões.
<b>BNDES</b>
O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas ficou estável em março na comparação com fevereiro, somando R$ 384,992 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, a alta acumulada é de 1,5%. Em março, houve alta de 1,2% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, estabilidade no financiamento de investimentos e queda de 1,6% no saldo de capital de giro.
<b>Habitação e veículos</b>
O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 1,2% em março ante fevereiro, totalizando R$ 732,338 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses até março, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 13,0%.
Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física oscilou 0,1% em março ante fevereiro, para R$ 224,230 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 7,1%.
<b>Famílias</b>
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 57,0% em janeiro, ante 56,5% em dezembro. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 35,1% em janeiro, ante 34,8% em dezembro.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.
Em função da metodologia utilizada, os números de endividamento sempre eram divulgados com apenas um mês de defasagem. Em setembro, no entanto, o BC havia adiado a divulgação de dados referentes ao endividamento e ao comprometimento de renda das famílias brasileiras, em função de alterações de datas promovidas pelo IBGE. Agora, o BC atualiza os números, com referência em janeiro.
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 30,9% em janeiro, ante 31,2% em dezembro. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 28,3% em janeiro, ante 28,6% em dezembro.
<b>Setor não financeiro</b>
O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 1,5% em março ante fevereiro, para R$ 12,482 trilhões. O montante equivale a 165,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, conforme dados agora divulgados pelo Banco Central.
O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.
No caso específico de empresas, o saldo do crédito ampliado avançou 2,8% em março ante fevereiro, para R$ 4,367 trilhões. O montante equivale a 57,9% do PIB.