O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta quarta-feira que o gasto de turistas estrangeiros no Brasil em junho, de US$ 508 milhões, foi o maior para o mês desde 2014 (US$ 793 milhões), período em que foi realizada a Copa do Mundo de Futebol masculino no País. Em relação aos gastos de turistas brasileiros no exterior, ainda segue abaixo da tendência pré-pandemia, embora esteja se aproximando.
As despesas somaram US$ 1,417 bilhão em junho deste ano, contra US$ 1,524 bilhão no mesmo mês de 2019. O saldo líquido no passado foi de déficit de US$ 909 milhões em viagens internacionais, um rombo maior do que em 2022 (US$ 808 milhões), mas ainda aquém do mesmo mês de 2019, -US$ 1,150 bilhão.
<b>Juros</b>
Fernando Rocha também destacou que o gasto líquido do País com juros externos em junho (US$ 2,3 bilhões) foi o maior para o mês da série histórica do BC, iniciada em 1995. A despesa líquida (já descontada a receita com juros) mais do que dobrou em relação ao mesmo período de 2022 (US$ 1,068 bilhão). Considerando apenas o pagamento de juros ao exterior, o volume em junho foi de US$ 3,092 bilhões, contra US$ 1,708 bilhão no ano passado.
"Parte do aumento é devido ao aumento das taxas de juros internacionais, mas um aumento dessa magnitude deve-se à concentração maior de pagamento de juros tanto em operações intercompanhia quanto em empréstimos externos tradicionais", disse Rocha.
Em relação à remessa líquida de lucros e dividendos (US$ 3,841 bilhões), o volume foi o maior para o mês desde 2012 (US$ 4,150 bilhões). A parte de despesa somou US$ 5,414 bilhões em junho, o maior envio para o mês desde 2011 (US$ 7,1 bilhões). "A parte de despesas, que são os lucros auferidos pelas empresas estrangeiras que atuam no Brasil, permanece em trajetória de crescimento."