Ao reduzir pela quinta vez seguida a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 11,75% para 11,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a sinalização de que continuará a flexibilização monetária neste ritmo pelas próximas reuniões – no plural. Como já explicou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, essa mensagem vale para as duas reuniões seguintes do colegiado.
Conforme pesquisa do <b>Projeções Broadcast</b> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), 56 entre 60 (93%) instituições financeiras consultadas já apostavam que o colegiado seguiria nesse ritmo nas reuniões de março e maio.
"Os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", repetiu o Copom, no comunicado divulgado há pouco.
Mais uma vez, a diretoria do BC enfatiza que o ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá dos mesmos fatores elencados desde o ano passado: da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Ao repetir a mensagem de "cautela e moderação" na condução da política monetária, o Copom reafirmou que a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador.
"O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", repetiu o BC.