O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta sexta-feira, 22, que a autoridade monetária passou a divulgar neste mês os spreads do Indicador de Custo do Crédito (ICC). O ICC caiu 0,1 ponto porcentual em novembro ante outubro, para 21,7% ao ano. A taxa de captação do ICC no mês ficou em 7,3% e o spread do ICC, em 14,4%.
“A redução do ICC de pessoas físicas vem de forma continuada”, destacou Rocha. “As taxas de juros têm se reduzido de maneira rápida que o ICC porque são medidas na ponta, enquanto o ICC considera também as taxas pagas no estoque de operações”, acrescentou.
O ICC é o mais recente indicador de crédito do Banco Central, que passou a ser publicado na Nota de Política Monetária e Operações de Crédito da instituição. O porcentual do indicador reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, é um indicador que reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Rocha destacou ainda que o estoque de crédito voltou a subir após a estabilização verificada nos meses anteriores. Em novembro, houve uma alta de 0,4% no saldo total de crédito.
“O saldo de operações de crédito cresceu em novembro pelo segundo mês consecutivo. O credito livre puxa esse crescimento, enquanto o crédito direcionado continua em recuo”, afirmou.
Rocha citou ainda que aumento no crédito ocorre nos empréstimos para pessoas físicas, enquanto os financiamentos para empresas seguem em queda, embora já haja um crescimento na ponta no crédito bancário com recursos livres para pessoas jurídicas.
“Há evidências de que parte da redução do crédito para pessoas jurídicas se deve à substituição do financiamento bancário pelo mercado de capitais. Vemos crescimento no mercado de capitais, acessado este ano por grandes empresas”, explicou, citando boxe que constava no Relatório trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 21, pelo BC.
Para Rocha, a perspectiva de um maior dinamismo do mercado de capitais é positiva para a economia. Ainda assim, espera-se que o mercado de crédito tenha um melhor desempenho em 2018.