Economia

BC precisa ter condições para buscar meta, avalia Carlos Viana na CAE

O indicado para a diretoria de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Viana de Carvalho, salientou durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que a instituição busca a meta para a inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e que essa tarefa se faz primordialmente com taxa de juros. “O BC precisa focar instrumento para a missão que lhe cabe. Há custos na implementação dessa política, mas também há benefícios”, argumentou.

O BC, de acordo com ele, precisa ter condições para buscar essa meta e se preocupar também, no caso da questão cambial, com situações em que o mercado não esteja funcionando da forma adequada. Sobre crédito consignado, o futuro diretor comentou apenas que há elementos que são da alçada do BC, mas há outros que transcendem a seara da instituição. “Muito embora os juros (do consignado) não tenham caído para níveis tão baixos como gostaríamos, é um nível baixo para a modalidade. A importância da garantia nesse caso fica muito clara”, argumentou.

Para Viana, a redução dos spreads bancários também não é algo que pertença apenas ao Banco Central. “É uma agenda mais ampla do governo”, disse, acrescentando, inclusive, que, se for aprovado pelo Senado para o cargo, conta com a importância da Casa para atacar esta questão.

Inflação

Viana afirmou que o controle da inflação e a solidez do sistema financeiro são importantes para o crescimento econômico e sustentável do País. Se aprovado pelos senadores após a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, Viana afirmou que trabalhará para reverter o quadro atual da economia.

Viana mencionou o período de hiperinflação vivido pelo Brasil e a crise financeira mundial de 2008 como episódios relevantes para entender a importância do papel do Banco Central: “Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda, aqui entendida como uma taxa de inflação baixa e estável, é assegurar um sistema financeiro sólido e eficiente”.

Segundo Viana, a inflação baixa contribui ainda para reduzir incertezas. “Inflação baixa e estável e um sistema financeiro sólido e eficiente contribuem para um maior grau de previsibilidade na economia, com diminuição dos prêmios de risco, alongamento dos horizontes de planejamento de famílias, empresas e governos, e um ambiente com taxas de juros reais de longo prazo baixas e estáveis”, disse.

O diretor indicado disse também que não há dicotomia entre a missão do Banco Central e o desenvolvimento da economia. “Pelo contrário, a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez e eficiência do sistema financeiro pavimentam o caminho para o crescimento sustentável. Da mesma forma, não existe dicotomia entre a missão do Banco Central e a equidade social, uma vez que a inflação elevada e volátil e as possíveis consequências de fragilidades no sistema financeiro penalizam sobremaneira as camadas menos favorecidas da população”, afirmou.

“Nesse sentido, fica claro que a missão do Banco Central não é um fim em si só. Ela é condição indispensável para o desenvolvimento socioeconômico do País”, acrescentou.

Viana mencionou que, “durante aproximadamente uma década”, o tripé macroeconômico (metas para inflação, superávit primário e câmbio flutuante) contribuiu para a ascensão econômica e social do Brasil. “No momento, entretanto, enfrentamos um cenário econômico adverso, que vem impondo altos custos a todos nós brasileiros”, disse.

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