O Banco Central elevou a projeção de déficit nas transações correntes de 2014 de US$ 80 bilhões para US$ 86,2 bilhões, o equivalente a 3,94% do Produto Interno Bruto (PIB). No último relatório de mercado Focus, a mediana das previsões do mercado para este indicador estava em deficitário em US$ 85 bilhões. Para 2015, a autoridade monetária projeta déficit de US$ 83,5 bilhões, equivalente a 3,80% do PIB – no boletim Focus a projeção é menor, de US$ 77,79 bilhões.
A autoridade monetária, no entanto, reduziu a expectativa de saldo na balança comercial deste ano de superávit de US$ 3 bilhões para déficit de US$ 2,5 bilhões – a previsão, no Focus, é de déficit de US$ 1,6 bilhão. O BC também diminuiu a previsão de exportações de US$ 240 bilhões para US$ 227,5 bilhões e a estimativa de importações de US$ 237 bilhões para US$ 230 bilhões. Para 2015, a previsão para as vendas externas é de US$ 234 bilhões e, para as importações, de US$228 bilhões.
Com a alta do dólar no ano, o BC passou a prever um arrefecimento dos gastos com viagens internacionais, a estimativa para este ano recuou de US$ 18,5 bilhões para US$ 18,3 bilhões. A previsão de despesas com juros se manteve estável em US$ 14,5 bilhões, enquanto a estimativa de remessas de lucros e dividendos para o exterior subiu de US$ 25 bilhões para US$ 26,5 bilhões.
Dívida externa
O BC estima dívida externa em novembro de US$ 345,457 bilhões. Em março de 2014, último dado verificado, a dívida estava em US$ 320,167 bilhões. No fim de 2013, estava em US$ 308,625 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 292,841 bilhões em novembro, enquanto o estoque de curto prazo estava em US$ 52,616 bilhões no fim do mês passado, segundo estimativas do BC, que excluem os empréstimos intercompanhia.
De acordo com a instituição, a variação da dívida externa de longo prazo é explicada por empréstimos tomados pelo setor bancário, US$ 2,4 bilhões, pelo setor não financeiro, US$ 1,1 bilhão, e pelo governo, US$ 2,1 bilhões. A variação da dívida de curto prazo é explicada por empréstimos tomados pelos setores não financeiro e financeiro, US$ 803 milhões e US$ 364 milhões respectivamente.
Rolagem empréstimos
Segundo o BC, a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazo captados no exterior ficou em 289% em novembro. Em outubro, a taxa estava em 282% e, em novembro do ano passado, a taxa geral estava em 144%. A taxa de rolagem de bônus, notes e commercial papers ficou em 369% no mês passado – em novembro de 2013, estava em 54%. Já os empréstimos diretos conseguiram uma cobertura de 264% no mês passado ante 213% do mesmo mês de 2013.
O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 389 milhões em novembro, conforme informou há pouco o Banco Central. No mesmo mês de 2013, o resultado havia sido negativo em US$ 2,318 bilhões. No acumulado deste ano até o mês passado, entraram no País US$ 28,634 bilhões, ante US$ 25,632 bilhões no mesmo período do ano passado.
O investimento em títulos negociados no exterior ficou positivo em US$ 689 milhões em novembro de 2014. No mesmo período do ano passado, essas aplicações ficaram positivas em US$ 673 milhões. No acumulado deste ano até novembro, o total está positivo em US$ 2,290 bilhões ante cifra negativa de US$ 586 milhões vista em idêntico período do ano passado.
Ações
Para o BC, que o investimento estrangeiro em ações brasileiras registrou um saldo negativo de US$ 319 milhões em novembro. No mesmo período do ano passado, essa conta estava positiva em US$ 881 bilhões. No acumulado deste ano até novembro, o saldo está em US$ 12,147 bilhões, maior do que o total de US$ 10,731 bilhões visto em igual período do ano passado.