Economia

BC prevê relação da dívida líquida do setor público ante PIB de 41,2% em junho

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, apresentou nesta quarta-feira, 29, suas projeções para a relação da dívida com o Produto Interno Bruto (PIB) de junho. De acordo com ele, no caso da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) ante o PIB a projeção é de uma alta para 41,2%. Em maio, estava em 39,6%.

No caso da dívida bruta em relação ao PIB, a previsão de Maciel é de uma taxa de 69,1%. Também se trata de uma elevação na comparação com maio, quando ficou em 68,6%. Esta taxa do mês passado já foi a maior da série histórica do BC que, para esta variável, teve início em 2006.

O chefe do Departamento Econômico do BC apresentou também a elasticidade da DLDP ante o PIB em relação às variáveis que interferem em seu resultado. No caso do câmbio, cada 1% de variação tem impacto imediato de 0,18 ponto porcentual (pp) em sentido oposto, o que equivale a R$ 10,6 bilhões. “Isso ajuda a entender um pouco a dinâmica do ano”, salientou Maciel.

No caso da Selic, a cada 1 pp de alteração mantida por 12 meses tem reflexo de 0,34 pp na DLSP/PIB no mesmo sentido, o que representa R$ 18,9 bilhões em valores correntes. Já cada alta ou baixa da inflação (basicamente IPCA) de 1 pp mantido por 12 meses tem impacto 0,15 pp no mesmo sentido na DLDP/PIB, ou R$ 9,6 bilhões em valores nominais.

2016

Tulio Maciel atualizou ainda suas projeções para o comportamento da dívida em 2016. Ele salientou que a comparação com a previsão anterior, apresentada há três meses, não é exata porque houve mudança em muitos dos parâmetros levados em consideração para o cálculo, como a alteração de superávit para déficit primário. “Os parâmetros mudaram muito”, justificou.

Pelo cenário da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o BC projeta uma relação DLSP/PIB em 2016 de 44,7%. Em dezembro de 2015 estava em 36,5%. Pelo mesmo cenário, a projeção para dívida bruta/PIB em 2016 é de 73,3%. No fechamento do ano passado estava em 66,5%. No caso das despesas com juros em 2016, a estimativa é de 6,21% do PIB (8,5% em dezembro de 2015) e, no do déficit nominal do ano, de 8,84% do PIB (estava em 10,38%).

A LDO considera um déficit primário de 2,63% do PIB. Para o cálculo, o BC usou sua projeção atualizada para o PIB, de 3,3%. Para as demais variáveis, a referência foi o Relatório de Mercado Focus, atualizado na última segunda-feira. Para o IPCA foi considerada uma taxa de 7,29%, a Selic média de 14,00%, o IGP-DI de 8,55% e o câmbio R$ 3,60 no fim do ano.

Já com o parâmetro de déficit primário de 2,25% do mercado financeiro, a DLSP/PIB deve encerrar o ano em 44,3% e a dívida bruta/PIB, em 72,9%. A previsão de despesas com juros não se altera e o resultado nominal fica negativo em 8,46% do PIB.

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