O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse que o déficit do setor público consolidado do mês passado decorreu quase que exclusivamente do resultado do governo central. “Isso também foi uma característica do primeiro semestre: desempenho melhor dos governos regionais do que do governo central”, disse. Para ele, no entanto, a contribuição das demais esferas tende a piorar. “O segundo semestre será menos favorável do que o primeiro para os governos regionais, não há dúvidas”, previu.
O técnico salientou que há uma sazonalidade favorável para o resultado da primeira metade do ano. Primeiro, de acordo com ele, porque boa parte de receitas, como pagamento de IPVA e IPTU, é arrecadada no início do ano. O segundo item, segundo o técnico, foi o favorecimento dos Estados pelo realinhamento de preços, como o de energia elétrica e combustíveis, por exemplo. O terceiro elemento, continuou, é que, em primeiros anos de mandato, há uma certa contenção dos gestores, o que pode ser observado pela série histórica do BC. “É quando o novo governante toma o pé da situação antes de dar curso aos projetos”, avaliou.
De janeiro a junho, a economia feita pelos governo regionais representou 0,68% do Produto Interno Bruto (PIB). “O resultado é bastante representativo, superando, inclusive, o desempenho do ano passado”, considerou. Na primeira metade de 2014, o superávit desses governo atingiu 0,51% do PIB. “O acumulado dos governos regionais até agora é consistente com a meta traçada para o ano, de 0,05% do PIB”, disse.