Economia

BC: proposta do Comitê de Basileia prevê menor dependência de agências de risco

Depois da crise de 2008, que não foi antecipada pelas agências de classificação de risco, o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia preparou uma proposta que prevê uma menor dependência dessas empresas como referência para a avaliar a qualidade de crédito. O detalhamento sobre a nova proposta do Comitê está sendo feito na manhã desta quarta-feira, 3, pelo técnico do Banco Central Anderson Werner durante apresentação na TV BC.

A proposta, que estará em consulta pública até dia 11 de março, passará a contar com ratings externos para classes de bancos e corporates como drivers de risco. A avaliação, de acordo com Werner, é a de que o banco tem mais informação sobre a contraparte do que as agências. “A ideia é alavancar esse conhecimento para acessar uma rede mais preferencial”, disse. Com isso, explicou, o acesso a linhas melhores fica facilitado. “Isso reduz a dependência mecanicista dos ratings externos.”

Risco de Crédito

O técnico do Banco Central previu que o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia para revisão de modelos padronizados de risco de crédito apresentará um documento final sobre o tema ainda este ano, no segundo semestre. O documento está em consulta pública de 10 de dezembro até 11 de março.

As propostas levam em conta metodologias e abordagens para o cálculo dos ativos ponderados pelo risco (RWA) e o Comitê de Basileia é um órgão vinculado ao Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). O estudo sobre o tema foi ampliado após a crise de 2008 e está ocorrendo em todo o mundo. “Apesar de ser global, esperamos que a contribuição do Brasil esteja lá na calibragem”, afirmou.

Após o período de consulta pública, que pode acatar sugestões do mercado local e internacional, o documento final precisa ser aprovado pelo BIS. A etapa seguinte é a recomendação do órgão para que as normas sejam implementadas pelos países membros, de acordo com as suas regras locais.

O Comitê foi criado em 1975 e conta com a participação de representantes de autoridades de supervisão de 27 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Coreia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hong Kong, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Reino Unido, Rússia, Cingapura, Suécia, Suíça e Turquia. A apresentação do documento está a cargo do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial do Banco Central.

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