O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado nesta quinta-feira, 17, pelo Banco Central traz um box que tenta medir os impactos do <i>forward guidance</i> sobre a curva de juros. O instrumento de prescrição futura foi adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na decisão da reunião de agosto e tem sido mantido nas últimas reuniões.
O documento analisa o impacto do <i>forward guidance</i> exclusivamente em agosto, quando o Copom reduziu a Selic de 2,25% ao ano para o atual patamar de 2,00% ao ano. O BC destaca que a variação da taxa de dois anos entre o fechamento do dia da reunião e a abertura do dia seguinte foi de 3,42% a.a. para 3,30% a.a.
Pelos cálculos do BC, cerca de 60% do efeito na taxa nominal de dois anos na reunião de agosto se deveu à adoção do <i>forward guidance</i>.
"Os cálculos sugerem ainda que o efeito do <i>forward guidance</i> é equivalente a uma surpresa na Selic de 11 p.b. Ou ainda, é equivalente a uma redução de 25 p.b. na Selic, quando o mercado precificava uma redução de 14 p.b. Novamente, um resultado bem próximo ao obtido com a taxa nominal", concluiu o documento.
<b>Inflação dos subitens</b>
O Banco Central publicou também nesta quinta no RTI um boxe que analisa a inflação dos subitens mais consumidos pelas famílias com rendimento de um a três salários mínimos (SM). "O exercício indica que no período recente produtos tipicamente consumidos pelas famílias com rendimentos entre 1 a 3 SM tiveram crescimento de preços maior que produtos com comportamento histórico semelhante", pontuou o BC.