Economia

BC reafirma vigilância e comprometimento com a meta, diz Gradual

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar em 0,5 ponto porcentual a taxa Selic, para 13,25% ao ano, e manter o comunicado da reunião anterior reforça o comprometimento da autoridade monetária com o controle da inflação. “O BC reafirma a vigilância e o comprometimento com a busca pela meta da inflação. É um bom sinal”, afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

Apesar do ajuste fiscal em curso, na avaliação do economista o BC mostra que prefere ancorar o combate a inflação na elevação dos juros. “O aperto deve continuar, até porque a expectativa de inflação para o ano que vem ainda está acima do centro da meta”, afirmou. “Sendo um ano de ajuste, é preferível que suba bastante o juros agora para poder cortar mais no ano que vem.”

Perfeito diz ainda acreditar em uma reação do mercado de juros por conta da decisão do BC. “A parte mais longa da curva de juros deve ter uma queda mais forte amanhã, já que o BC está mostrando determinação agora e vai ter que cortar mais forte lá na frente”, explicou.

A manutenção do comunicado, destaca Perfeito, reforça a estimativa de mais uma alta de 0,50 ponto porcentual na próxima reunião. “Eu espero uma alta de 0,50 pp e trabalho com uma taxa de 14,5% até o fim do ano”, afirmou.

Standard Chartered

Para Italo Lombardi, economista sênior para América Latina do banco Standard Chartered, a decisão dá tempo para que o BC possa explicar na ata na próxima semana sua avaliação sobre indicadores importantes, como inflação e câmbio.

“O Banco Central tem uma natureza conservadora. Como eu espero que vai trazer na ata tons um pouco mais dovish sobre a fraca atividade e destacar certa apreciação do real ante o dólar, poderia criar algum ruído alterar o teor de seu comunicado”, comentou. “Contudo, como o BC manteve a mensagem final de sua decisão, aumentam as chances de o ciclo de alta de juros ser estendido até a próxima reunião de julho, que será encerrada no dia 29 daquele mês”, ponderou Lombardi. “Acredito que o Copom deverá reduzir o ritmo das elevações da Selic, mas espero que a taxa suba em 0,25 ponto porcentual em 3 de junho e o BC adote uma elevação final no encontro que ocorrerá no final de julho.”

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