Estadão

BC segue acompanhando riscos de desaceleração global e aversão a risco, diz ata

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmou, por meio da ata da reunião da semana passada, que segue acompanhando os riscos relacionados à desaceleração global e ao aumento da aversão a risco, em um ambiente de inflação no mundo "significativamente pressionada". O Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano na semana passada, decretando o fim de seu mais longo ciclo de alta de juros.

"O processo de normalização da política monetária nos países avançados prossegue na direção de taxas restritivas de forma sincronizada entre países, impactando as expectativas de crescimento econômico e elevando o risco de movimentos abruptos de reprecificação nos mercados", avaliou o Copom na ata divulgada nesta terça-feira.

No documento, o BC descreveu que o cenário externo mantém-se "adverso e volátil". Em relação à atividade econômica, destacou que os dados divulgados desde o Copom de agosto reforçam o aquecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos e em outras economias avançadas. Por outro lado, reforçam a expectativa de desaceleração global nos próximos trimestres a reversão das políticas contracíclicas, a continuidade da guerra na Ucrânia, com desdobramentos para o fornecimento de gás natural para a Europa, e a manutenção da política de combate ao covid na China.

Sobre a inflação, o comitê reforçou que o cenário segue desafiador. Há, de um lado, a perspectiva de moderação nas pressões globais ligadas aos preços de bens, como resultado de uma "normalização incipiente nas cadeias de suprimento e uma acomodação nos preços das principais commodities no período recente". Mas, na outra direção, atua o baixo grau de ociosidade no mercado de trabalho nas economias avançadas, o que indica que "pressões inflacionárias no setor de serviços podem demorar a se dissipar".

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