Após o prejuízo de R$ 16,586 bilhões com as operações de swap cambial em março, o Banco Central registrou lucro de R$ 30,365 bilhões em abril com sua posição pelo critério caixa.
Pelo conceito de competência, houve ganhos de R$ 17,469 bilhões. O resultado pelo critério de competência inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data de liquidação financeira. A liquidação financeira desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte, em D+1.
O BC obteve ainda perdas de R$ 91,824 bilhões com a rentabilidade na administração das reservas internacionais no mês passado. Entram nesse cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os juros.
Já o resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo de captação, ficou negativo em R$ 95,151 bilhões em abril. O resultado das operações cambiais no período ficou negativo em R$ 77,682 bilhões.
No acumulado de 2021 até 30 de abril, o prejuízo com swaps somou R$ 7,640 bilhões pelo resultado caixa e R$ 13,561 bilhões pelo competência. Já a rentabilidade das reservas internacionais ficou positiva em R$ 70,875 bilhões, com resultado líquido positivo de R$ 44,450 bilhões e operações cambiais também positivas de R$ 30,889 bilhões.
O BC sempre destaca que, tanto em relação às operações de swap cambial quanto à administração das reservas internacionais, não visa ao lucro, mas fornecer hegde ao mercado em tempos de volatilidade e manter um colchão de liquidez para momentos de crise.
<b>Base monetária</b>
O saldo da base monetária atingiu R$ 388,261 bilhões em 30 de abril, pelo conceito de fim de período, informou o Banco Central. O valor leva em conta o papel-moeda emitido e as reservas bancárias (livres e compulsórias). Em dezembro de 2020, a base monetária estava em R$ 410,199 bilhões.
Com a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, a base monetária vinha apresentado acréscimos em função das emissões de moeda para pagamentos de auxílios emergenciais a uma parcela da população.
Para fazer frente à maior demanda da população por papel moeda, o BC lançou no ano passado a cédula de R$ 200.
<b>Posição cambial líquida</b>
A posição cambial líquida do Banco Central atingiu US$ 273,420 bilhões no dia 30 de abril, conforme dados divulgados pela instituição. No fim de dezembro de 2020, essa posição estava em US$ 299,450 bilhões.
A posição traduz o que está disponível para que o BC faça frente a alguma necessidade de moeda estrangeira – como fornecer liquidez ao mercado em momentos de crise como a atual, por exemplo.
A posição leva em conta as reservas internacionais, o estoque de operações de linha do BC (venda de dólares com compromisso de recompra), a posição da instituição em swap cambial e os Direitos Especiais de Saque (DES) do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI).
<b>Posição vendida dos bancos</b>
Os bancos fecharam abril de 2021 com "posição vendida" no câmbio à vista de US$ 16,932 bilhões, informou o Banco Central. No fim de dezembro de 2020, essa posição estava vendida em US$ 35,853 bilhões e, em março deste ano, vendida em US$ 21,081 bilhões.
As instituições financeiras atuam como contrapartes em operações cambiais. Assim, quando há remessas de moeda estrangeira ao exterior, elas fornecem dólares a empresas e fundos, por exemplo, para envio. Neste caso, a "posição vendida" das instituições tende a aumentar.
Em movimento contrário, quando há entrada de recursos no Brasil, as instituições financeiras recebem os dólares, o que reduz a "posição vendida" ou eleva a "posição comprada".
A posição dos bancos no mercado à vista também é alterada sempre que o BC realiza leilões de dólares. Assim, quando o BC vende moeda aos bancos, a posição vendida à vista tende a diminuir.