O Banco Central (BC) obteve, no primeiro semestre, resultado positivo contábil de R$ 5,3 bilhões. A cifra é o menor desempenho da instituição no período desde 2009, quando foi registrado prejuízo de R$ 800 milhões. Segundo Eduardo Rocha, chefe do Departamento de Contabilidade e Execução Financeira do BC, o resultado foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será transferido para o caixa do Tesouro Nacional em até 10 dias úteis.
Rocha explicou que a despeito da transferência, esse dinheiro não pode ser usado na composição do superávit primário do ano. “Ele é usado para abatimento de dívida”, disse. O técnico informou ainda que o resultado foi impacto por uma perda de R$ 24,4 bilhões em decorrência da variação cambial das reservas internacionais e redução de outros R$ 24 bilhões em função das operações compromissadas.
Ele disse ainda que a queda de R$ 24 bilhões nas reservas ocorreu em função da redução de demanda devido aos leilões de linha. “No fim do ano passado, tínhamos R$ 40 bilhões em linha e agora estamos com R$ 15,9 bilhões”, informou.
Reservas cambiais
O BC informou que a desvalorização das reservas cambiais no primeiro semestre do ano gerou um crédito para instituição, que deve ser pago pelo Tesouro Nacional, de R$ 51 bilhões. Esse valor deve ser desembolsado até o décimo dia útil de 2015.
A instituição informou ainda que o custo de carregamento das reservas foi de R$ 26,126 bilhões no período e que a rentabilidade foi negativa em 5,13% (R$ -44,45 bilhões). “Quando a gente ganha com as reservas, transfere o valor para o Tesouro. Quando a gente perde, o Tesouro tem de equalizar esse valor. Isso é para expurgar a volatilidade do balanço do banco”, explicou Rocha.
O custo de carregamento das reservas internacionais, no primeiro semestre, foi de R$ 26,126 bilhões. A instituição ainda observou que o compromisso de recompra teve variação de quase R$ 82 bilhões no período em função da administração de liquidez.
A instituição ainda informou que houve um aumento de R$ 18 bilhões no primeiro semestre do ano nos depósitos compulsórios em função de depósitos a prazo.
Devedores
O BC informou também que desde 2011 recebeu R$ 20 bilhões dos seus quatro maiores devedores, bancos que estão em liquidação extrajudicial há anos: Nacional, Econômico, Banorte e Bamerindus. O último a quitar totalmente sua dívida foi o Bamerindus, que em 15 de julho pagou R$ 1,97 bilhão e liquidou a fatura.
Os dados são da contabilidade do BC, que foi aprovada hoje pelo CMN.