Os últimos desdobramentos positivos dos mercados não são apoiados plenamente por dados econômicos e podem se basear em expectativas excessivamente otimistas com o pacote de recuperação da União Europeia (UE) ou de progresso no desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, segundo avaliação do Banco Central Europeu (BCE) em ata de política monetária divulgada nesta quinta-feira (20).
No documento, o BCE ressaltou que as condições financeiras continuaram se normalizando desde sua última reunião de política monetária, em 16 de julho, mas permanecem mais limitadas e frágeis do que antes da pandemia do novo coronavírus. No encontro do mês passado, o BCE manteve as configurações de sua política inalteradas.
O BCE apontou, porém, que medidas monetárias e fiscais trouxeram "considerável melhora" às condições financeiras desde o auge da crise da covid-19.
Por outro lado, o BCE destacou que as incertezas sobre a perspectiva da zona do euro permanecem elevadas e que mais dados serão necessários para se projetar a trajetória econômica do bloco. Em setembro, por exemplo, a autoridade monetária espera ter mais clareza sobre o rumo da inflação.
Ainda na ata, o BCE revelou que alguns de seus dirigentes argumentaram na reunião de julho que o tamanho do Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP, na sigla em inglês), de 1,35 trilhão de euros, deveria ser visto como "teto", e não como "meta". A atual suposição, no entanto, é que o PEPP será integralmente utilizado, a menos que ocorram "surpresas positivas", disse a instituição.