A ata da reunião de 9 e 10 de junho do Banco Central Europeu (BCE), divulgada há pouco, mostrou que os dirigentes da instituição preveem que os preços ganharão fôlego no segundo semestre na zona do euro, mas graças a fatores temporários, recuando adiante. O documento destaca ainda que, para o comando do BCE, a recuperação "ainda é frágil" e depende muito do andamento da pandemia da covid-19.
O BCE aponta que efeitos de base de comparação, por exemplo no setor de energia, têm puxado para cima a inflação regional, em meses recentes. Além disso, vê um quadro de aceleração no ritmo da vacinação contra a covid-19 nos principais países da zona do euro. A alta proporção de vacinados reforça a confiança dos consumidores na retomada, diz a ata. A reabertura "tem sido consideravelmente mais rápida e economicamente mais forte do que o esperado pela maioria dos analistas", segundo ela.
A expectativa sobre a recuperação leva investidores a esperar mais inflação, com reajuste em ativos, afirma o BCE. O banco central espera que a inflação ganhe mais fôlego no segundo semestre, mas atribui isso ainda a fatores temporários, que devem se dissipar e fazer os preços voltarem a declinar. Para o BCE, as pressões subjacentes sobre os preços "seguem contidas".
O BCE afirma que o relaxamento em restrições à circulação em alguns países permitiu a retomada da zona do euro no segundo trimestre. Além disso, destaca o papel do estímulo fiscal para dar "apoio significativo ao crescimento no horizonte da previsão". Para os dirigentes, os riscos à perspectiva de crescimento "estão equilibrados", no quadro atual, embora eles também tenham ressaltado o quanto o rumo da emergência de saúde será decisivo para a economia.