Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Gabriel Makhlouf afirmou nesta segunda-feira, 5, que, para continuar o caminho de trazer a inflação de volta à meta de 2%, um aumento de 50 pontos-base nas taxas de juros é o mínimo necessário na reunião de dezembro. "Temos que estar abertos para que as taxas de juros entrem em território restritivo por um período. É prematuro falar sobre o ponto final das taxas em meio aos níveis predominantes de incerteza", destacou, em um comunicado divulgado pelo BC da Irlanda.
Makhlouf comentou que a inflação na zona do euro está "inaceitavelmente" alta. "As expectativas de inflação subiram juntamente com a inflação global. Precisamos observar atentamente os sinais de alerta de expectativas de inflação se afastando de nossa meta de 2%. Se as expectativas se tornarem desancoradas , isso tornaria muito mais difícil a tarefa de retornar de forma sustentável à meta de 2%", argumentou.
O banqueiro central ainda pontuou que a justificativa para a expansão do balanço patrimonial da instituição, como inflação muito baixa e risco de deflação, acabou,e, portanto, "é hora de olhar para reduzir seu tamanho". Já com relação ao mercado de trabalho, ele disso que continua apertado, apesar do enfraquecimento das perspectivas de crescimento. "Há alguma evidência de efeitos de segunda ordem da inflação corrente nos salários, mas o crescimento salarial de 4% a 5% ainda está abaixo da inflação", ressaltou.