O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou que o aumento de juros em julho já está "decidido". "Não é uma indicação, está claro", ressaltou ele, em entrevista à <i>Bloomberg</i>.
Guindos ainda comentou que a decisão monetária de setembro está em aberto e "será dependente de dados". Segundo o dirigente, é necessário estudar os efeitos atrasados da política monetária sobre a economia, tendo em vista o aperto no crédito, projeções econômicas e tendência do núcleo da inflação.
"Não me preocupo sobre estagflação, mas nossas projeções consideram riscos de fraqueza na atividade econômica e dados não têm sido bons. Desaceleração econômica deve ganhar forma nos próximos meses", destacou Guindos.
Contudo, ele também descartou a possibilidade de cortes nos juros básicos até que a inflação seja controlada no bloco. "o núcleo da inflação pode ser mais persistente do que esperamos", avalia o dirigente.
Entre os fatores que podem pressionar os preços, Guindos aponta o mercado de trabalho forte e resiliente. Ele afirma que ainda não existe uma "espiral de alta" nos salários pagos, porém, que o bloco não estaria longe desta realidade.