Estadão

BCE não pode começar a relaxar política monetária só quando inflação atingir 2%, diz dirigente

Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Centeno afirmou que a instituição não pode começar a relaxar sua política monetária apenas quando a inflação na zona do euro atingir a meta de 2%. Segundo ele, o BCE já avançou bastante em sua meta de faze a inflação perder fôlego, mas ele considerou que há um "preço alto" para buscá-la, por isso alertou contra manter a política apertada demais por mais tempo que o necessário.

A autoridade admitiu que ocorre agora "certa estagnação" na desinflação na zona do euro, mas para ele isso é um processo que aponta para um novo equilíbrio. "Chegar à inflação de 2% sem exagerar nem criar uma recessão não é uma tarefa fácil", afirmou.

Ele notou que já nas projeções de 2024 a inflação cairá abaixo da meta de 2%, depois flutuará e seguirá por volta da meta. Ele insistiu que o aperto monetário não comece a ser relaxado apenas com inflação a 2%, diante de fatores como o atraso na disseminação do aperto já adotado, o que traria o risco de se fazer mais do que o necessário "em uma economia que não cresce tanto".

Centeno disse que não houve desancoragem nas expectativas de inflação, nesse processo para contê-la. Sobre o mercado de trabalho, mencionou que a maioria dos empregos que tem sido criados na região é de salários que costumam pagar mais, por exemplo ligados à tecnologia. Ele enfatizou a importância de se preservar as condições do mercado de trabalho.

Também presidente do BC de Portugal, Centeno disse que projeta, do lado fiscal, mais aperto fiscal adiante entre os países da zona do euro.

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