O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou nesta quinta-feira (29) que a situação econômica na zona do euro no primeiro trimestre de 2021 deve ser pior do que anteriormente previsto pela autoridade. A declaração foi feita durante webinar do Grupo Arcano.
Guindos ainda classificou as variantes do coronavírus como um risco ao cenário global, citando a Índia como exemplo. Por outro lado, falou em perspectivas positivas, como a recuperação do comércio internacional e de economias como a China e os Estados Unidos.
"Esperamos que porcentagem muito grande dos adultos esteja vacinada no verão europeu. Isso vai gerar incremento de atividade. Esperamos recuperação forte no segundo semestre, mas incerteza segue alta", declarou o vice-presidente do BCE. "Os mercados, durante os últimos meses, se comportaram sem o estresse visto março e abril de 2020, é um bom sinal", acrescentou.
<b>Inflação</b>
A inflação da zona do euro pode ficar acima de 2% no final do ano, estimou Luis de Guindos. Ainda assim, segundo o dirigente, a aceleração dos preços em 2021 se deve a fatores temporários e 2022 deve ser de acomodação do processo inflacionário.
Na webinar, Guindos defendeu que os estímulos extraordinários concedidos durante a crise da covid-19, responsáveis pelos ganhos da inflação, devem ser retirados à medida que a atividade econômica for se normalizando. O enxugamento do apoio, porém, não pode ser feito de modo prematuro, alerta o vice-presidente do BCE. "É melhor errar na prudência", afirmou, no evento virtual.
O economista espanhol ainda alertou que, passada a pandemia, países com dívida pública elevada devem apresentar um plano de ajuste fiscal, para garantir a sustentabilidade das contas públicas.