Bancos centrais de países pequenos da Europa têm elevado suas reservas em moeda estrangeira em níveis geralmente associados com períodos de estresse global intenso, o que ilustra a fragilidade da recuperação econômica global, apesar do recente otimismo nos mercados financeiros.
O montante de ativos em moeda estrangeira da Suíça, por exemplo, teve um salto no mês passado no maior ritmo em mais de dois anos, no momento em que o banco central do país enfrenta o franco forte, que enfraquece as exportações e a inflação. O BC da República Checa interveio em janeiro em patamar forte para manter sua meta cambial frente ao euro. A Dinamarca também comprou moeda estrangeira para impedir que a coroa se fortaleça em demasia.
Os bancos centrais citados mostram comportamento similar ao de crises para proteger suas moedas, mesmo na ausência de problemas óbvios. Isso os expõe a perdas caso suas moedas não consigam se enfraquecer por si mesmas. Além disso, levanta dúvidas sobre por quanto tempo essa estratégia pode ser mantida, em um momento no qual as incertezas políticas e econômicas parecem ser uma marca duradoura na economia global.
“Há um pouco de comportamento de sobrevivente”, afirmou Peter Rosenstreich, diretor de estratégia de mercados do Swissquote Bank. “Eles estão protegendo suas moedas há tanto tempo e é tão duro desistir dessa posição defensiva”, comentou.
Analistas citam as eleições na França e na Alemanha neste ano, além de incertezas políticas na Itália, nos EUA e no Reino Unido como razões para a demanda por moedas mais seguras, como o franco suíço e a coroa dinamarquesa.
O presidente do BC suíço, Thomas Jordan, disse em entrevista recente que os momentos de incerteza política são “problemáticos para nós, porque o franco suíço é considerado um porto seguro”, o que tende a impulsionar a moeda nesse contexto. Fonte: Dow Jones Newswires.