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Beagle do Instituto Royal vive há dois anos na rua em São Roque

Uma cadela da raça beagle, que teria sido resgatada por ativistas com outros 177 animais, há dois anos do Instituto Royal, em São Roque, foi deixada para trás e vive na rua. O animal é alimentado por moradores, mas dorme ao relento e vagueia ao redor das instalações. Desde que foi invadido pelos defensores dos direitos dos animais, em outubro de 2013, o instituto está fechado. Na ocasião, as instalações foram depredadas – os invasores alegaram que os cães sofriam maus tratos.

Os moradores têm certeza de que a cachorra fazia parte do plantel do Royal. “Ninguém tinha beagle aqui na vizinhança”, garante o empresário Isaque Martins, que tem empresa vizinha do instituto.

Ele acredita que a cachorra tenha sido levada por um dos invasores que, ao saber que a polícia investigava o furto dos animais, decidiu devolvê-la. “A pessoa deve ter soltado a cadela por aqui, achando que alguém ia encontrá-la”, supõe.

Outros moradores acreditam que a beagle fêmea pode ter fugido da casa em que era mantida e voltou para a antiga “casa”. Como encontrou o local fechado, ficou vagando por ali.

Moradores colocam ração e alimentos em pontos estratégicos para que a cachorra não passe fome, mas o animal dorme na rua e já pegou sarna. A fêmea já foi vista revirando lixo em busca de comida. Alguns moradores tentaram levar a cadela para casa, mas a beagle se mostrou arredia.

“Ela está com os pelos caindo e precisa de um veterinário”, disse Martins. Ele tentou contato com ativistas e organizações protetoras de animais pelas redes sociais, mas não teve retorno.

A prefeitura de São Roque informou que enviou equipe de zoonoses ao local nesta quarta-feira, 21, mas a beagle não foi encontrada. Moradores disseram aos funcionários que uma Ong teria recolhido a cadela, mas até a tarde não havia confirmação. Se for recolhida, a cadela será encaminhada para adoção.

O caso

O Instituto Royal utilizava cães da raça beagle e outros animais em testes para produtos farmacêuticos com autorização dos órgãos da vigilância sanitária, mas passou a ser visado pelos ativistas após denúncias de maus tratos. Na primeira invasão, cerca de cem pessoas, com apoio de black blocs, arrombaram os portões e viveiros e retiraram os cães.

Numa segunda invasão, foram resgatados ratos, coelhos e outros roedores. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o furto dos animais, mas a investigação foi encerrada sem que ninguém fosse acusado. Outro inquérito que apura os maus tratos também não foi concluído.

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